A criança de 4 anos: como lidar com tanta personalidade?

- Filho, está calor para usar moletom.
- Eu tô bem assim. Vou usar o que eu quiser!
Tem alguém ficando mais tagarela por aí? Se sentindo mais independente, argumentando e contrariando os seus pedidos? Bem-vindo aos 4 anos!
A fase é cheia de gracinhas, mas também de desafios para mães e pais. Haja ar para respirar fundo diante de tantas negativas, teimosias e negociações. Lembra dos aprendizados da crise dos 2 anos? Bem, os 4 anos podem ser uma pós-graduação.
Mas estamos aqui, viu? Quer compartilhar um desafio (ou uma dica) com outras mães e pais? Deixe seu comentário na nossa Rede de Carinho.
Neste artigo, vamos falar sobre:
- O desenvolvimento das crianças de 4 anos
- As atividades para crianças de 4 anos
- Comportamento: argumentação, negociação e combinados
O desenvolvimento das crianças de 4 anos
Nas etapas do desenvolvimento de Jean Piaget, ainda estamos falando da fase pré-operatória simbólica, mas, aos poucos, a criança começa a entender melhor as regras, os limites e as noções de tempo. Ontem, hoje, amanhã e férias, por exemplo, deixam de ser conceitos tão abstratos.
Os desenhos começam a ter forma mais clara. E a maioria das crianças começa a definir preferência por usar a mão direita ou esquerda para as atividades manuais.
Desenvolvimento físico médio na época do aniversário de 4 anos:
Atividades para crianças de 4 anos
Como estão começando a entender melhor a noção de regras, aquelas brincadeiras da nossa infância começam a funcionar melhor: brincar de telefone sem fio, de “mamãe quantos passos posso dar?”, de “rio vermelho”, entre tantas outras.
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Como estão começando a entender melhor a noção de tempo, vale começar a colocar em prática brincadeiras e desafios que levam mais de um dia para serem concluídos, como um boneco de argila ou papel-machê, que precisa deixar secar para brincar no outro dia.
As crianças de 4 anos também gostam muito dos jogos simbólicos, em que brincam de ser médico, professor, dono do mercadinho, mamãe ou papai. E aqui reproduzem muito do que estão percebendo do mundo e da casa, misturando com imaginação. Aproveite para observar como ela te vê!
Além disso, ela precisa continuar brincando ao ar livre sempre que possível, movimentando o corpo: jogando bola, correndo, brincando de pega-pega e andando de bicicleta, por exemplo.
Comportamento aos 4 anos: argumentação e combinados
Nesta fase – que se estende até os 5 anos –, seu filho(a) começa a afirmar sua personalidade com mais força – o que pode representar mais resistência e teimosia.
Ele passa a demonstrar o descontentamento de forma mais verbal que física. Tente ver pelo lado positivo: se a criança começou a responder e retrucar seus pedidos, é porque agora ela sabe fazer isso melhor do que fazia quando tinha dois anos.
E tem cada resposta que faz a gente ficar sem saber se ri ou se chora!
Mas, claro, essa maturidade não acontece de uma hora para a outra. Ataques de fúria ainda podem acontecer quando a criança se sentir contrariada. Confira algumas dicas de como lidar nesses casos:
Procure ser firme e gentil. Não adianta explicar muitas coisas nesse momento. Quando a criança se acalmar, converse sobre a situação, deixe que ela fale sobre como se sentiu, acolha o sentimento, mas explique os motivos com frases simples e diretas.
Aproveite momentos tranquilos para conversar sobre os limites, o que pode e o que não pode, e a importância de se colocar no lugar do outro. Historinhas são um bom recurso para reforçar esses aspectos. Aos poucos, a criança começa a entender.
Mas ela seguirá tendo vontades próprias (ainda bem). Eventualmente, alguns combinados podem ser necessários: “Vamos fazer isso e isso, e depois brincamos”.
Atenção: não a engane fazendo promessas que não vai conseguir cumprir. Se não for possível, explique o porquê. Pode ser um pouco desgastante no início, mas lembre-se: você está criando uma pessoa melhor.
E quando o ataque de fúria vem do outro lado e somos nós, adultos, que perdemos a paciência e acabamos gritando? Nesse caso, vale a mesma coisa: tentar se acalmar primeiro e, depois, conversar com a criança sobre o que aconteceu, o que você sentiu, por que gritou. Peça desculpas, como esperaria que ele fizesse.
Ela vai ver que adultos também têm sentimentos, frustrações e falhas. E vai testemunhar uma forma honesta de lidar com isso. Vai ficar tudo bem!
Afinal, estamos todos em fase de crescimento e amadurecimento, não é?