Aulas remotas: o que aprendemos com essa experiência?
Aulas remotas para crianças? Lá no início da pandemia parecia impossível, lembra? Famílias, educadores e as próprias crianças precisaram se adaptar à nova realidade – da escola dentro de casa – além de enfrentarem desafios impostos pelo desigual acesso à internet no Brasil.
Mais de um ano depois, é muito provável que essa experiência deixe marcas também na forma como a educação é encarada.
Por mais que as aulas presenciais sejam aguardadas pela grande maioria (de crianças, pais e educadores), agora sabemos que aulas remotas são uma possibilidade que vai estar sempre no radar.
No futuro, é possível que algumas escolas optem pelo modelo híbrido ou que usem o ensino remoto de forma complementar (aulas de reforço remotas ou de algum conteúdo extra, inglês etc).
Mesmo que muitos ainda sintam arrepios diante dessa possibilidade, já não será tão assustador como em 2020. Então, que tal retomarmos algumas lições que aprendemos e que poderemos aproveitar nessa nova era?
Dicas para organizar a rotina para as aulas remotas
Se as aulas remotas (ou algumas delas) vão fazer parte da nova rotina, é assim que precisamos encará-las: rotina. Ou seja, com horário e espaço adequado para acontecerem. Assim, será menos caótico que as experiências iniciais, você concorda?
Aprendizado número 1: nada de pijama!
Apesar de soar atrativo no início, estudar ou trabalhar de pijama é uma das maiores armadilhas que podemos cair – salvo exceções, como aqueles dias em que realmente não estamos dispostos.
Nossa mente é movida a estímulos! Assim como a das crianças. Por isso, vestir o uniforme ou uma “roupa de sair” logo cedo faz com que o cérebro interprete o momento como um despertar, ajudando no foco durante a aula.
Aprendizado número 2: ambiente de estudos
Assim como algumas luzes podem aumentar a produtividade e o foco e outras induzem ao relaxamento, a arquitetura dos ambientes também pode ajudar ou dificultar os estudos.
Chamamos isso de psicologia ambiental! Basicamente, é o conceito de que todo espaço influencia no comportamento humano e em como as pessoas dentro dele se relacionam.
O que acha de montar uma mesinha para estudos, com luminária, água, cadeira confortável e adequada, estojo e caderno para ajudar o filhote a se concentrar nos estudos?
Aprendizado número 3: respeitar horários
Acordar cedo, mesmo em casa? Se esse for o horário da aula, sim! Demoramos um tempo para despertar todas as nossas funções cognitivas após um sono profundo. Imagine ir para a aula e ouvir o professor falando logo depois de acordar? Ninguém aguenta, não é?
Aproveite para colocar um alarme para um horário fixo, fazer um café da manhã saboroso em família e incentivar o banho da criança logo cedo – de preferência, não tão quente – para ajudar o corpo e a mente a despertarem!
E isso também é válido para as pausas: no recreio, incentive a criança a ouvir música, ler um livro, jogar bola em algum espaço livre em casa, brincar, jogar um jogo, pular, dançar ou o que for!
Nesse sentido, é importante para a produtividade que o nosso corpo pause algumas vezes por dia.
Aprendizado número 4: mural de atividades
Desenhar a rotina, pode? Está mais do que liberado! Quando escrevemos sobre um conteúdo que aprendemos, é mais fácil de absorvermos as informações: assim acontece com a rotina também.
Se os adultos usam planners, as crianças também podem criar o planejamento da rotina! Ajudar a criança a escrever o que precisa fazer da manhã até a noite e deixar em um mural para olhar todos os dias é um estímulo e tanto!
Pode decorá-lo com glitter, tinta, adesivo, desenho… o importante é fazer 🧒
Aprendizado número 5: conversar sempre
“Meu filho até assiste à aula, mas não absorve nada”. Será que conversar sobre a aula não é uma boa ideia? Sem pressão ou cobrança, puxe uma conversa do dia a dia para ouvir da criança sobre o que ela está aprendendo e de qual parte ela mais gosta. Isso pode ajudar a fixar o conteúdo.
Leia também: Oito hábitos que fortalecem o vínculo entre pai e filho.
Aprendizado número 6: exercício físico
Lembra que comentamos sobre a energia armazenada? Tanto para os adultos quanto para as crianças: precisamos colocar para fora toda essa energia que a vida toda aprendemos a gastar – o que antes faltava, agora temos de sobra!
Crie uma rotina de exercícios físicos que a criança pode fazer, como pular corda ou dançar, em alguns momentos do dia. Isso ajuda até com que ela durma melhor – e, é claro, preste mais atenção na aula!
Minha criança não está se adaptando às aulas remotas durante a pandemia. O que fazer?
Pode ser bem difícil, mesmo! Para manter a atenção das crianças, é preciso usar métodos diversificados, divertidos e atrativos. E, muitas vezes, incluir esse método em uma aula remota pode ser um desafio para os professores.
Muitos pais, mães ou responsáveis passaram pela mesma situação com os filhos. Vamos ver como eles lidaram com isso?
A Karina de Souza tem dois filhos, um menino e uma menina. E adivinha? Nenhum dos dois gosta das aulas online.
“A alternativa que eu busquei para despertar o interesse deles nas aulas remotas é estar ao lado mesmo. É complicado, porque a gente trabalha fora, mas eu e o pai deles procuramos auxiliar ao máximo. Eles se dispersam muito fácil e, quando estamos do lado, pedimos para que eles ensinem pra gente o que aprenderam e ensinem como é ter aula online. Nossa tática é essa, a gente fala que na nossa época não tinha isso e que queremos aprender como faz”.
Com o Artur, filho do Flávio Cardoso, é a mesma coisa: o menino gosta mesmo é da aula presencial. “Eu tento sempre negociar. Mostro que, se estudar, levo na pracinha em horários que não tem muita gente, brinco com ele.
Tento deixar ao máximo longe do tablet, às vezes deixo sim, mas mostro que as outras atividades também são legais. Acho que é importante levar para ambientes fora de casa e longe das telas”, conta Flávio.
Você sabia que para crianças com TDAH é mais difícil prestar atenção? Entenda melhor sobre o assunto nessa matéria!
Aulas remotas na pandemia: pontos positivos e negativos
Com a aula remota, muitos desafios vieram junto! É mais fácil não ligar a câmera e deixar o microfone no mudo, não é? Por isso, a interação entre aluno e professor diminuiu muito nesse modelo.
Ah, sem falar da internet! Se a conexão não estiver boa, é tchau para aquela informação da aula. No caso da pandemia, não deu tempo de ninguém se planejar, o que impacta também a forma como as avaliações são aplicadas – alguns alegam não ser tão eficientes quanto as provas presenciais.
Mas nem só de tempo ruim vivem as aulas remotas: vamos enxergar o lado positivo?
- Mais tempo com a família: nas refeições, nas pausas e no dia a dia como um todo.
- Para quem tem animal de estimação, é amor em dobro! Não tem preço estudar ou trabalhar com os bichanos no colo.
- Menos tempo se deslocando nas ruas, pra lá e pra cá – convenhamos que isso nos tira muito tempo útil, né?
- Experiência com uma nova metodologia de ensino.
- Possibilidade de mudar de ambiente, sem deixar os estudos de lado. Em um cenário não pandêmico, viajar conciliando o trabalho e os estudos das crianças pode ser sinônimo de oportunidade. 🤩
O ensino presencial é fundamental para a socialização e para a autonomia das crianças. Esperamos que, no futuro breve, as aulas remotas sejam apenas uma possibilidade extra, para a qual já estamos prontos – e não mais uma necessidade, né? ❤️
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