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Para além da vaidade: como educo meus filhos para se amarem

Negra Li NL
qua, 26/01/2022 - 10:30
Uma mãe faz um coque no cabelo da filha, com presilhas

Falar sobre vaidade na infância e na adolescência e sobre como lidamos com isso em casa é tratar não só dos meus filhos, mas também de mim. É sobre a relação que cultivamos com nossa autoimagem, com nossa beleza.

O amor do Noah pelo seu visual, com tão pouca idade, me enche de orgulho. Mas é ao olhar para a Sofia crescendo e se cuidando que vejo muito da minha história. Por isso, gosto de ficar atenta às suas vontades e vaidades. 

Na minha adolescência, meu interesse por começar a trabalhar veio exatamente por conta da vaidade. Eu queria me enquadrar, fazer parte, estar na moda. 
Hoje, vejo a vaidade como algo além: tem a ver também com autoafirmação da nossa raça, da nossa beleza. 

Vaidade é parte da vida, mas precisa ser equilibrada

Ter vaidade é bom ou ruim? Tudo precisa ser equilibrado, né? Eu amo ver minha filha linda, ou, melhor ainda, se sentindo linda. A Sofia aprendeu a se maquiar faz um bom tempo, e faz isso muito bem.

Ouvi o conselho de uma dermatologista, que me preparou para esse momento dizendo que eu teria que ter em casa produtos antialérgicos e de qualidade.

Eu pego no pé dela para que ela não exagere, pois, se eu deixar, ela usa maquiagem todos os dias. Não quero que ela se acostume a se ver e se gostar apenas maquiada, sabe? É tipo filtro do Instagram: se a gente usa demais, estranha quando se vê sem ele.

A Sofia também é ligada à moda. Adoro seu gosto para se vestir. Sair com ela para escolher seus looks é um evento! A gente escolhe, ela entra no provador e vai desfilando pra mim.

Mais do que as roupas em si, eu curto o momento, é legal reconhecer que os gostos deles podem ser diferentes dos nossos. São personalidades se manifestando, se mostrando!

Vaidade e identidade: como ensino meus filhos a encontrar sua própria beleza

Eu incentivo Sofia a se amar, a estar sempre bem-cuidada, desde a hidratação da pele até o perfume, tudo. Numa sociedade em que insistem em naturalizar e impor um padrão estético branco e eurocêntrico, também é importante encontrarmos nossa identidade.

Eu costumo compartilhar perfis de meninas e mulheres pretas com a Sofia, para que ela tenha referências. Indico documentários e livros que reforçam a importância de conhecermos nossa história.

O cabelo é a nossa coroa!

O cabelo da Sofia é comprido e armado, chama muito a atenção. É a coisa mais linda e ela recebe muitos elogios por causa dele. Ultimamente, passamos a trançar mais vezes, para que ela não sofra tanto com o calor.

Já o Noah tem apenas 4 anos, mas é um leonino que ama sua juba. Não ouse tocá-la sem permissão!

É isso mesmo: aqui em casa, cabelo é sagrado! Meu banheiro e meu closet são lotados de produtos de todos os tipos e marcas. Cuido para que os cabelos deles cresçam saudáveis, que fiquem hidratados e cheirosos. 

Adoro esses momentos de cuidados capilares com eles. Talvez porque na minha infância, não tive acesso aos produtos que hoje temos. 

Aliás, sei que a maioria das famílias não têm o mesmo acesso, mas gostaria de lembrar que o mais importante são os rituais de reforço positivo da imagem deles. Isso acaba interferindo em muitos aspectos da vida. 

Vaidade e autoestima: como cuidamos da nossa imagem

Como você pode perceber, aqui em casa, somos vaidosos, sim. Acho que, bem dosada, cuidar de si e da aparência ajuda a valorizar todas as outras qualidades. 

Você também pensa assim? Então resumo os cuidados de beleza que temos aqui em casa e que podem servir de dicas para outras famílias. 

Ver a moda como forma de expressão, e não como obrigação a ser seguida. Adoro ver os looks que eles montam!

Maquiagem, sim, mas com moderação, com produtos antialérgicos – e não todos os dias! A maquiagem pode ser uma forma de expressão também, mas as crianças precisam valorizar sua beleza natural também.

  • Hidratar muito os cabelos a cada lavagem (não precisa ser todos os dias), pois eles são naturalmente mais secos e quebradiços.
  • Pentear os cabelos no banho, com eles molhados e com creme. Pentear o cabelo seco machuca!
  • Ousar e brincar com todos os penteados que o cabelo afro permite. 
  • Privilegiar o conforto! Então, no calor, as tranças são excelentes aliadas para deixar o dia a dia mais prático e fresco. Mas com cuidado para não apertar demais e não machucar! 
  • Mostrar imagens de referência de pessoas com cabelos e pele parecida com as deles para que aprendam a se valorizar do jeitinho que são!

Enquanto curtimos esses cuidados, mentalizo que eles sempre tenham sua autoestima inabalável, que sejam confiantes! 

E, claro, gosto de lembrá-los que a beleza vai muito além dos que os olhos podem ver – por isso, não devemos julgar as pessoas pela aparência. Mas aí já é assunto para outro texto. 


Aliás, você quer aprender sobre como conversar com os filhos sobre outros sentimentos? Confira uma lista de 6 livros que são de grande ajuda para mães e pais tratarem dessas questões!

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