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Crianças tímidas: como ajudar na socialização?

Flávia Valadares FV
seg, 02/08/2021 - 10:30
Uma criança tímida sorrindo, mas tampando o rosto com as mãos. Ela está de vestido amarelo, em frente a uma parede verde.

Esta cena clássica de timidez infantil já aconteceu com você? Você encontra uma amiga na rua, ela cumprimenta seu filho, mas a criança imediatamente segura sua perna, tenta se esconder por detrás dela e se afasta sem dizer uma palavra... Ou você chega na pracinha, mas, em vez de sair correndo para subir em algum brinquedo, seu filho senta no banquinho e se recusa a sair do lugar.

Nessas horas, muitos pais podem ficar preocupados: por que meu filho não quer falar com as pessoas? Por que meu filho não está se divertindo como as outras crianças? Será que eu estou fazendo algo errado?

Fique tranquila(o)! Está tudo bem com seu “agarrador de pernas”! Esse comportamento é uma manifestação comum da timidez. As crianças pequenas são bem cautelosas, um bebê de 10 meses, por exemplo, desconfia de todas as pessoas, menos de sua mãe.

Existem muitas formas de encarar o mundo exterior e a timidez é uma dessas formas. Uma emoção que representa a maneira como a pessoa se sente e se comporta quando está inserida no meio, perto de outras pessoas. A timidez pode deixar as pessoas desconfortáveis, inseguras ou até com medo. Algumas reações externas são comuns quando você sente aquela timidez: mãos e pernas tremem, o rosto fica vermelho e você fica sem fôlego.

Nas crianças, a timidez pode aparecer quando os relacionamentos fora da família começam a fazer parte da rotina: início da vida escolar, encontro com amigos, festinhas de aniversário, tardes no parquinho ou domingos na pracinha. Essa é uma reação emocional natural e saudável.

A timidez pode se manifestar nas crianças na forma do apego aos pais diante de outras pessoas: elas ficam relutantes em interagir com outras pessoas, especialmente aquelas que elas não conhecem bem, não querem falar com ninguém e preferem ficar brincando sozinhas.

É possível facilitar a interação e criar situações que favoreçam a socialização

A maneira mais fácil é convidar outras crianças para sua casa! Pergunte a seu filho com quem ele gostaria de passar um tempo e convide as crianças para um lanche ou para uma festa do pijama, quem sabe?

Outra forma eficaz de ajudar seu filho a socializar é fazendo atividades extracurriculares. Algum esporte, aula de teatro, de música... Pergunte a seu filho o que ele gostaria de aprender ou observe em que ele apresenta habilidades no momento de decidir qual vai ser essa atividade. O importante é sempre considerar o desejo da criança e não o seu desejo. A prática de uma atividade vai naturalmente melhorar sua socialização.

O que os pais podem fazer para incentivar gentilmente as crianças tímidas?

  • Nunca rotule seu filho como tímido: “meu caçula é tão tímido, desculpa, amiga!”. Essa atitude, na frente da criança, reforça o comportamento de timidez, cria constrangimento e desencoraja uma possível mudança. Deixe claro para a criança que está tudo bem se sentir tímida e que você sempre vai estar lá para ajudá-la a controlar seus sentimentos.
  • Muito amor e paciência: o amor que você tem por seu filho é incondicional, mostre isso a ele. Seja paciente e encoraje a criança nas interações com os outros. Lembre que a criança tem o tempo dela, nada de forçar.
  • Para ajudar seu filho a superar a timidez na escola, você pode passar confiança. O tom de voz que você usa com seu filho tem um impacto direto no comportamento dele, às vezes maior do que as próprias palavras que você escolhe. Evite abordagens como: “você é muito pequeno para essa tarefa” ou “você não é capaz de fazer esse trabalho”. Incentive e encoraje sempre que possível: “eu acredito em você!”.
  • Prepare seu filho antes de encontros sociais: por exemplo, antes de visitar a casa de um amigo, converse com ele sobre quem vai estar lá e não o force a abraçar e cumprimentar as pessoas. Essas atitudes devem ser naturais e ele aprende através do modelo, que é você.
  • Deixe seu filho definir o ritmo e respeitar seus próprios limites, não force a criança a ir além do que ela pode suportar. Um tímido “oi” pode ser um grande progresso para ele, então celebre cada pequeno avanço com encorajamento da ação e não com elogios para criança.

Respeite a natureza da criança e veja a timidez sob uma luz positiva e afetiva

Apoiar uma criança tímida é, acima de tudo, respeitar sua personalidade. Criar um ambiente onde as crianças tímidas se sintam respeitadas e seguras estimula seu desenvolvimento emocional.

Quando uma pessoa faz um comentário sobre a timidez da criança, você pode responder de forma empática: “ela só precisa de um tempinho para se ambientar”.

Também podemos citar qualidades positivas associadas à timidez. A timidez, por exemplo, ajuda a desenvolver o senso de observação. Algumas pessoas tímidas não sofrem com sua timidez e transformam essa característica em pontos fortes, desenvolvendo suas habilidades de escuta ativa e de empatia.

Quando se preocupar com a timidez

Por mais natural que seja a timidez, quando uma criança parece estar sofrendo por causa dessa emoção, a situação se torna um pouco mais preocupante. A infância é uma época para desenvolver habilidades sociais, interagir e aprender por meio dessas relações com outras pessoas.

A timidez é preocupante se ela interferir nas rotinas ou atividades do seu filho ou da família, ou se seu filho frequentemente parece infeliz, se ele reclama de estar sozinho ou se esse comportamento permanece assim, mesmo após um longo tempo de incentivos, como os que trago aqui.

Nesse último caso, se a timidez traz problemas para a rotina e não há perspectiva de mudanças a longo prazo, sempre recomendo que você busque ajuda de um profissional: psicólogos, terapeutas infantis e semelhantes.

Praticar a escuta ativa, acolhendo e refletindo os sentimentos das crianças, é uma forma eficaz de respeitá-las. Os pais e cuidadores ​​podem desempenhar um papel fundamental em ajudar as crianças a moderar ou superar a timidez e o medo da interação social.

O segredo é não rotular a criança e não ser excessivamente protetor ou ignorar quando a timidez cria dificuldades para a criança. É sobre respeito e empatia.

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