Como me descobri mãe solo e quais são os principais desafios
Há mais ou menos dois anos, me descobri mãe solo. É uma lembrança que está marcada na minha memória: aquela sensação de impotência, luto, fracasso e solidão... senti como se meu mundo tivesse caído.
Naquele momento, decidi fazer um balanço da minha vida e descobri que podia superar as dificuldades. E assim o fiz, com a mesma força que a desilusão chegou, nasceu em mim a vontade de me reerguer e me reinventar.
Quando nos tornamos mães, não podemos nos dar ao luxo de ficar muito tempo no luto. Meus filhos são motivo de sobra para seguir em frente, a resiliência se fez presente mais uma vez na minha vida, usando este amor incondicional que sinto por eles e por mim mesma para me reerguer.
Os desafios que enfrentei e enfrento por ser mãe solo
A pior parte foi perceber que as crianças também sofreram com toda essa situação. Sofia tinha 10 anos na ocasião e o Noah apenas 2. O primeiro desafio foi fazê-los entender por que seria diferente a partir daquele momento, sem expor demais e sem deixar o clima pesado.
Acredito ter feito um bom trabalho. Mesmo com a dificuldade em me adaptar a esta nova vida, conseguimos superar da melhor forma. Hoje, não sinto mais o peso dos estigmas que as mulheres enfrentavam antigamente por serem mãe solo. Com o passar das gerações, esse peso ficou menor, mas ainda assim não é uma tarefa fácil. Na realidade é uma tarefa repleta de desafios.
Um deles é a questão da figura paterna ou masculina. Não vou mentir: faz falta. Percebo isso principalmente em relação ao Noah. Quando vem algum homem da família ou quando o pai dele vai buscá-lo na escola, vira um acontecimento. Ele fica ansioso e feliz. Por isso, sempre friso que os pais participem o máximo possível da vida dos filhos. A mãe não tem como dar conta de tudo.
Outro desafio é a rotina escolar que, na maioria das vezes, exige muito de mim. Não é fácil conciliar. Eu me cobro muito nas duas áreas, profissional e materna. Acabo me sentindo culpada, principalmente quando tenho que me ausentar por um período mais longo, como em uma viagem a trabalho ou uma gravação no final de semana.
Nesses momentos, meu irmão e minha mãe são minha rede de apoio. Ele me ajuda na logística das crianças, o que me deixa muito segura. E ela consegue ficar com os meus filhos quando eu preciso me ausentar. É bom ter com quem contar para o apoio, mas tenho claro que sou responsável por tudo.
Ser mãe solo é amar incondicionalmente e se fortalecer a cada desafio superado
Agradeço a Deus todos os dias por ter uma independência financeira, por amar meus filhos incondicionalmente, por reconhecer que somos uma família perfeita e completa do jeitinho que somos. A cada desafio superado, nos fortalecemos. Claro que, com tudo isso, minhas crianças cresceram (rsrs), os dois amadureceram rápido demais.
Noah, hoje com 4 anos, às vezes parece que tem 7. Sofia com 11 parece que tem 14... mas o lado bom é que eu cuido deles e eles cuidam de mim, falamos eu te amo e nos abraçamos todos os dias. Essa aliança que se formou entre nós me faz esquecer as dificuldades, ameniza o cansaço físico e mental que a correria do dia a dia gera.
Sigo firme e forte aprendendo todos os dias, me culpando e me perdoando todos os dias, afinal, ser mãe é padecer no paraíso, mas ser mãe solo é construir um paraíso no padecer.
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