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Qual a importância da textura na alimentação infantil?

Elaine de Pádua EP
seg, 20/09/2021 - 10:30
Um prato com arroz, alface, brócolis e outros alimentos monta uma carinha. Ele está sobre uma mesa e, ao lado esquerdo há um garfo, enquanto ao direito uma colher

Seu filho(a) costuma mastigar alimentos mais duros? Ou pede tudo muito triturado ou pastoso? Neste texto, vamos falar sobre a importância de diversificar as texturas e também dar dicas para estimular a alimentação saudável.

A formação de bons hábitos alimentares inicia desde a gestação, mas precisa ser reforçada ao longo da vida, especialmente nos primeiros anos.

Amamentação: o começo de tudo

Ao nascer, o bebê tem um reflexo natural para a sucção. Sua primeira função alimentar consiste basicamente nos atos de sugar o seio materno e engolir o leite.

E não pense que isso é pouco! Com esses simples movimentos, a criança estimula o crescimento harmonioso da face e prepara boca, bochechas, língua, ossos e músculos para receber alimentos em novas texturas no futuro.

H2: Introdução alimentar – ou alimentação complementar

A OMS recomenda o aleitamento exclusivo até os seis meses de idade. A partir desse período, é hora de apresentar novos alimentos, sabores e texturas ao bebê.

Se antes o leite materno supria todas as suas necessidades nutricionais, nessa nova etapa, o bebê precisa de uma variedade e quantidade maior de vitaminas, minerais e outras substâncias. E o sistema digestório dele está pronto para isso!

Este momento é a base para o comportamento e a relação com os alimentos ao longo da vida. Por isso, merece atenção especial.

Mas não precisa pensar em cardápio especial para os bebês ou para as crianças conforme a faixa etária, não! Os filhos podem consumir a mesma comida de toda a família (desde que a família tenha uma alimentação saudável, claro! Lembre-se que o exemplo é  melhor professor!).

Leia aqui: A influência da alimentação familiar nas crianças

O bom prato feito (PF), com arroz, feijão, carninha e legumes, costuma fazer sucesso em qualquer idade. O que pode diferir entre o que vai no prato do pequeno do que está no dos pais é a consistência e o tamanho em que são cortados os alimentos.

Como oferecer os primeiros alimentos

Ainda assim, não precisa facilitar muito a mastigação para o bebê nessa passagem para alimentos sólidos. Pelo contrário: precisamos estimulá-la. Por isso, não é recomendado triturar alimentos ou batê-los no liquidificador. Para carnes, o ideal é desfiar.

Conforme a criança for crescendo, pode cortar em pequenos pedaços. Para vegetais, cortar em pedaços que ele consiga segurar e levar à boca.
 
Cozinhar até os alimentos “desmancharem” também não é o mais indicado, já que, quanto maior o tempo de cozimento, maior a perda de nutriente.

Os pequenos devem aprender desde cedo a comer mastigando muito bem os alimentos. O exercício desenvolvido na mastigação envolve estruturas como dentes, língua, músculos, ossos e articulações, que trabalham de maneira sinérgica, possibilitando o desenvolvimento harmonioso das estruturas da face – o que impacta não só a absorção de nutrientes, como também o desenvolvimento da fala.

Isso não significa que você nunca poderá oferecer ao bebê um purê ou algo macio. Claro que pode! O que quero frisar é que essa não deve ser a única consistência experimentada pela criança.

Outro fator a ser considerado, além da oferta de alimentos saudáveis e diversificados, é o uso de copo e colher, respeitando o desenvolvimento da criança. É importante estimulá-la, a partir de certa idade, a ter autonomia para manusear sozinha esses utensílios.

Confira 10 dicas para estimular a alimentação saudável e diversificada:

Minha principal dica é: use a criatividade e varie sempre, engaje a criança e, de forma lúdica, introduza novos alimentos com cores e texturas diferentes. Vamos ver como?

1. Faça as refeições em família

As refeições em família são uma oportunidade para os pais apresentarem às crianças alimentos novos e serem modelos para uma alimentação saudável. Isso faz com que as crianças sejam mais propensas a comer frutas, legumes e hortaliças Além de ser uma oportunidade ideal para conversar com seus filhos sem a distração da TV, telefone ou computador, fortalecendo o vínculo afetivo.

2. Geladeira e despensa com fácil acesso a alimentos saudáveis

Uma das grandes dicas de alimentação saudável para crianças é manter à mão muitas frutas já higienizadas e cortadas e bebidas saudáveis ​​(água, leite, iogurte, suco de frutas puro, sorvetes de frutas), para que as crianças evitem lanches não saudáveis, como refrigerante, batatas fritas e biscoitos. Deixar a fruteira aparente, na altura dos olhos das crianças, é uma ótima estratégia para melhorar o repertório alimentar.

3. Aventure-se na cozinha com os pequenos

Em restaurantes e lanchonetes não temos como saber o quanto de açúcar, sal e gordura não saudável foi adicionado à refeição. Por isso, prefira comida feita em casa. Envolva as crianças nesse processo. Converse com elas sobre como fazer escolhas e como planejar uma refeição equilibrada. Deixe que a criança sugira algumas opções de preparação, isso valoriza e fortalece o vínculo com os pequenos. Mesmo no preparo, dê tarefas que elas possam desempenhar sem risco de se machucarem. E sempre elogie!

Leia também: Quatro brincadeiras para estimular os sentidos e incentivar a alimentação saudável

4. Torne a introdução alimentar uma descoberta agradável

Independentemente de a criança gostar do alimento ou não, é importante que ela esteja disposta a interagir com ele, manipulando, provando, cheirando, lambendo ou mordendo. É isso que desenvolverá o paladar dela e contribuirá para o aprendizado alimentar.

5. Evite pular refeições

Ao pular alguma refeição, a criança poderá sentir fome entre elas. Isso fará com que ela procure alimentos nem sempre saudáveis (altamente calóricos e sem nutrientes).

Caso a criança realmente não queira fazer a refeição, não negocie ou substitua por outro alimento que ela queira. A criança vai se alimentar melhor na próxima refeição.

6. Controle é fundamental

Não force a criança a comer mais do que ela quer ou necessita. Forçar a comer toda a comida do prato impede que a criança reconheça os sinais de satisfação do próprio corpo, podendo levar a futuros transtornos alimentares.

7. Saboreie a refeição sem pressa

Essa é uma das dicas de alimentação saudável mais importantes para as crianças.
Tenha paciência. É lógico que não queremos que nossas crianças demorem duas horas para se alimentar. Entretanto, comer pausadamente e mastigar corretamente os alimentos é muito importante. A informação de saciedade demora cerca de 20 minutos para chegar ao cérebro. Portanto, nada de correria.

8. Faça do prato uma aquarela

Escolha alimentos saudáveis, com cores diferentes e produza com eles pratos deliciosos, divertidos e coloridos.
Isso fará com que a criança tenha prazer em experimentar novos alimentos e se mantenha nutrida. Sirva opções saudáveis ​​de sobremesa, como uma xícara de frutas ou iogurte, espeto de frutas, sorvetes caseiros, mousse caseira etc.
 
9. Arrisque novas receitas

Procure sempre aprender novas receitas. Utilize novos ingredientes, sempre saudáveis, dando um sabor diferente à comida.
 
10. Faça uma horta em casa

Mesmo que você não tenha um quintal, você pode fazer uma pequena horta dentro de casa. Utilize vasos para o plantio de tomate, manjericão, cebolinha, salsa e cenoura, por exemplo.

As crianças vão adorar a experiência de consumir os alimentos que elas mesmas plantaram. Será uma forma divertida de ensinar a importância desses alimentos.
 
E não custa lembrar: estabelecer hábitos saudáveis é uma prática importante para a família toda: crianças, mamães e papais!

 

Alimentação também é afeto! Leia também: Comida e emoções: 8 dicas para criar uma relação saudável

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