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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Pais separados: como apresentar novos parceiros aos filhos?

Ninhos do Brasil NB
Ilustrando um pai separado, um homem adulto conversa sozinho com uma criança

Quem tem pais separados, sabe: nem sempre a separação é um processo fácil, principalmente para os filhos. 

Uma separação implica na quebra de rotina e, consequentemente, de hábito: nós saímos do modo automático. Por isso, é normal que momentos assim exijam maior esforço da nossa inteligência emocional.

É como uma fase de adaptação: toda ruptura de laços emocionais - com pessoas ou ambientes - pede um tempo para nos acostumarmos à nova realidade. E, assim como nós, as crianças também passam por isso.

Com a chegada do novo ou da nova parceria, surgem também anseios, medos e dúvidas nossas em relação às crianças: “Como vou fazer essa apresentação?”; “Será que as crianças vão reagir bem?”.

Bem, a verdade é que não existe uma fórmula mágica e a experiência varia de acordo com a situação. Mas algumas dicas podem ajudar nesse momento. 

Vamos conversar sobre isso?

Desafios de pais separados na hora de apresentar novos parceiros

O condutor de metrô Marcos Paulo e a química Monnarah Gouvea, pais da Maria Clara (10 anos) e da Maria Antônia (6 anos), se separaram em 2018. 

Eles contam que, na época, comunicar a separação às crianças não foi uma tarefa fácil, mas que eles tentaram minimizar o impacto da situação na vida delas. “Eu acho que o maior desafio é tentar fazer as crianças compreenderem que os pais não estavam bem, que cada um ia ter uma casa”, relembra Marcos. 

Já conversamos sobre como contar para as crianças da separação aqui.

Essa, entretanto, não foi a única tarefa difícil que eles encararam. Marcos disse que também foi desafiador contar para as crianças quando começaram novos relacionamentos. O jeito foi sentar com elas e conversar sobre a situação. 

A estratégia que usei foi explicar que precisava reconstruir minha vida, que precisava seguir. E, como a mãe delas entrou em um relacionamento primeiro, foi mais fácil para elas observarem que o pai também pensava em seguir o caminho.”, diz. 

Para a psicóloga Thais Carvalho, membro do Laboratório de Estudos em Família e Casal (LEFaC) da PUC-Rio, essa conversa com as crianças é fundamental para tornar mais fácil o momento da apresentação do novo amor.

E falando de apresentação… quando e como ela pode acontecer? 

Naira Macuxi, fisioterapeuta e mãe do Davi, de 11 anos, queria esperar um pouco mais para apresentar o namorado ao filho, já que estavam juntos há apenas três meses. “Mas um dia minha mãe passou mal e precisei buscá-lo na casa dela com meu companheiro”, conta. 

Para felicidade da mãe, Davi reagiu superbem. "Ele entrou no carro falando à beça, chamando meu parceiro de tio. Fomos almoçar juntos e depois passamos no shopping. Hoje o Davi adora ele!” 

E será que existe o tempo certo para apresentar os novos companheiros aos filhos? De acordo com a psicóloga Thais, o tempo ideal para isso é relativo. Afinal, cada par é único e cada criança também.

No entanto, ela frisa: "É importante que o casal tenha planos juntos a longo prazo e que ambos estejam com a mesma perspectiva de algo mais sério e duradouro.”

Já em relação a como essa apresentação pode rolar, Thaís afirma que não existe uma fórmula de sucesso, “o ideal é que a convivência possa ir evoluindo gradativamente.”, afirma. 

Ciúmes, comparações… como lidar com possíveis reações da criança?

Além disso, a conversa com as crianças não é somente válida antes da apresentação, mas depois também! 

Devido à nova situação, podem surgir novos sentimentos, como o ciúme. Foi o que aconteceu com Marcos, quando apresentou sua namorada para as filhas. “Primeiro elas sentiram um pouco de ciúme e, por isso, a gente procurou não ficar se abraçando ou se beijando, procuramos evitar”, conta o pai.

“O ciúme é natural, desde que não seja exagerado. É fundamental que se valide os sentimentos das crianças e que lhes dê atenção e afeto para que elas possam atravessar esse período novo e de inseguranças de maneira mais saudável.”, alerta Thaís. 

E quando as crianças fazem comparações? “Na casa da mamãe é melhor!” ou “Prefiro a casa do papai!”

Pois é, pode acontecer! E, nesses momentos, Thaís explica que o melhor jeito de lidar é entender que a opinião da criança não é um ataque contra um de seus genitores. “Todos nós temos nossas preferências, é natural que as crianças também tenham as suas, e é importante respeitá-las.”, afirma.

H2: E os parceiros? Como podem agir quando conhecem as crianças de pais separados?

Para Manuela Tietze, estudante de Engenharia de Produção, o maior acerto de seu padrasto foi não tentar ocupar o lugar de pai: "Ele nunca se impôs como meu novo pai e eu nunca vi ele como um, porque eu tinha um pai presente”.

Ela conta que seus pais se separaram quando tinha mais ou menos 2 anos. Hoje, com 20, ela relembra que, quando sua mãe entrou em um relacionamento sério novamente, o processo foi bem natural, sem um ritual de apresentação. 

Para Thaís, é importante que companheiros de pais separados adotem atitudes como a do padrasto de Manu, respeitando o tempo, o espaço e os sentimentos da criança. 

“Não tentar impor sua presença e um afeto é uma dica valiosa. É indicado que se tente conquistar a criança aos poucos, buscar conversar sobre assuntos de interesse da criança e incluí-la em passeios do casal que possam ser interessantes para crianças.”, afirma. 

A importância da comunicação dos pais separados

“Até hoje, o que eu e Marcos tentamos fazer é ter uma só voz com as crianças, para que elas tenham a mesma rotina, na minha casa e na casa dele.”, conta Monnarah sobre a comunicação que ela e o ex-marido estabeleceram com as filhas.

Essa cumplicidade de pais separados é muito importante, mesmo quando eles residem em cidades diferentes, para que as crianças não sintam tanto a chegada de um novo ou uma nova companheiro(a). “Ela fala muito bem de mim como pai e eu falo muito bem dela como mãe, acredito que isso é essencial”, comenta Marcos.



Assim, todos podem, juntos, se redescobrir enquanto famílias e buscar o melhor caminho para as crianças. 💛

A criação dos filhos é responsabilidade das mães? Não mesmo! Entenda aqui a importância da paternidade ativa e da participação de todos na vida das crianças.

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