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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

9 dicas de como criar crianças antirracistas para incluir na rotina

Ninhos do Brasil NB
A foto mostra dois meninos de cores e aparências distintas sorrindo, se abraçando e olhando para a câmera, dentro de uma sala de aula.

Educar crianças antirracistas é um trabalho de formiguinha, uma construção diária de mães e pais. Puxe na memória: você se lembra a primeira vez que teve contato com o tema racismo? 

Antigamente, o acesso à informação era diferente, mas hoje podemos fazer melhor. A tolerância e o respeito à diversidade se aprendem em casa, e o racismo é um dos principais temas que requerem a atenção dos cuidadores. 

Para criar filhos antirracistas, o diálogo franco e o exemplo que você dá são fundamentais. Aqui vão algumas dicas de como criar crianças antirracistas, que podem ajudar sua família a cultivar a pluralidade, o respeito e a empatia. 

Qual é a importância da luta antirracista?

Apesar de o racismo ser menos aceito hoje do que há algumas décadas, ele ainda é muito presente na sociedade. O preconceito de cor é um dos grandes males da sociedade, é causa de injustiças e de sofrimento – emocional e físico. 

Também é importante lembrar que o racismo é crime previsto na legislação brasileira desde 1989. A Lei 7.716/89, conhecida com Lei do Racismo, pune todo tipo de discriminação ou preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor ou idade.

É dever de todos que o racismo seja identificado e enfrentado para um dia deixar de existir. Pais, mães e cuidadores têm a missão de criar em suas crianças a consciência do que o racismo é, quais são os males que causa. 

Uma educação baseada em respeito à diversidade vem dos exemplos de casa. Por isso, para criar crianças antirracistas, é preciso ser ativamente antirrascista.

Como criar crianças antirracistas em 9 dicas

Crianças não são racistas ou preconceituosas por natureza. Mas é importante ensinar que somos pessoas diversas e que nossa riqueza reside na valorização dessa diversidade. 

Existem muitas atitudes que pais, mães, cuidadores e educadores podem tomar no dia a dia da criança para ensiná-la a identificar o racismo e agir contra ele. 
 

1 - Reconheça a multiplicidade humana

O primeiro passo para respeitar o outro é reconhecer e entender as diferenças. Por volta dos quatro anos, a criança já percebe e pergunta sobre a diversidade étnica. Não há razão para constrangimento e essa é uma boa oportunidade para ter uma conversa sobre o assunto. 

Você pode explicar como, mesmo havendo diferenças na cor da pele, dos olhos e dos cabelos, todas as pessoas merecem o mesmo respeito e a mesma dignidade. 

Use como exemplos pessoas que a criança conhece ou que já tenha visto em filmes, séries, no YouTube TV ou em desenhos, para facilitar a compreensão. 

2 - Explique o que é o racismo

Depois de conversar com a criança sobre as diferenças, você pode introduzir a questão do racismo. Explique, de uma forma que ela entenda, que não devemos tratar ninguém de forma diferente devido à cor da sua pele, muito menos lhe fazer mal por causa disso.

Use exemplos, situações e contextos do dia a dia para, a partir daí, mostrar a ela o que são atitudes racistas e como é possível evitá-las, reforçando a importância do respeito a todas as pessoas. 

Você também tem dúvidas sobre o tema e sobre como abordá-lo em casa? Isso é natural, não tem problema. Pais e mães também aprendem ao ensinar os filhos. 

Felizmente, hoje temos muita informação ao alcance de um clique. Você já está aqui pesquisando sobre antirracismo e deve continuar assim! Todos ganham quando buscam conhecer mais.

3 - Insira a criança em ambientes diversos

Para criar uma criança antirracista, é importante colocá-la em contato direto com a diversidade, aprendendo a conviver e a respeitar todos e todas.

Caso os espaços frequentados pela família tenham pouca diversidade, é hora de vocês questionarem o motivo e se perguntarem se não é interessante buscarem grupos mais diversos.

Nos lugares que a família frequenta, vocês certamente terão oportunidade de conviver com pessoas de outras etnias, conversando e brincando. Pode ser numa pracinha, no shopping, na vizinhança, em espaços religiosos.... Seus filhos aprenderão que tratar a todos com respeito é fundamental. 

4 - Considere a diversidade em brinquedos, livros e filmes

A educação para a diversidade também passa pelos brinquedos que a criança ganha, pelos filmes que ela vê, pelos livros que você lê para ela. Cada vez mais, você encontra nas lojas opções de bonecos e bonecas com diversidade racial, bem como desenhos, filmes e livros com personagens não brancos em destaque.

Mostre que existem outras experiências para além daquela que a criança conhece. Livros e filmes com histórias protagonizadas por pessoas não brancas são uma boa forma de trazer essa diversidade para o dia a dia. 

A Flávia Scherner, criadora do canal do YouTube “Fafá Conta Histórias” e referência em contação de histórias e literatura infantil, fez uma lista de vídeos de histórias com personagens e enredos racialmente diversos. Vale a pena conferir! 😉

5 - Dê o exemplo antirracista

Se você quer que seus filhos cresçam tolerantes e sem preconceitos, saiba que o primeiro passo é começar por você. 

As crianças aprendem muito a partir do exemplo dos seus cuidadores. Por isso demonstre, mais pelas atitudes do que pelas palavras, que você trata todas as pessoas com respeito e que não discrimina ninguém pela cor da pele ou pela aparência física. Isso conta muito. 

6 - Não tolere piadas preconceituosas

Não adianta muito falar aos filhos sobre a importância de ser antirracista, mas fazer piadas racistas. Ou rir de piadas racistas em casa. Ou ficar neutro em situações em que algum familiar ou amigo faz uma piada racista.

É comum que o racismo se manifeste de forma disfarçada, em piadas e histórias carregadas de preconceito contra pessoas não brancas. É preciso ensinar à criança que esse tipo de “humor” também é racismo e não tem graça. E, inclusive, deve ser combatido ativamente, afinal não fazer nada é ser conivente.

7 - Não passe adiante expressões racistas

Muitas expressões racistas estão em nosso vocabulário devido à construção histórica. São expressões que foram naturalizadas com o tempo, mas que têm origem em um passado escravagista, como “denegrir”, “inveja branca”, “cor do pecado”, entre outras. 

Embora infelizmente a gente ainda tenha contato com essas expressões no nosso dia a dia, elas devem ser evitadas e desencorajadas para que a educação seja realmente antirracista.

8 - Tenha conversas francas

As crianças são muito capazes de observar ao seu redor e trazer questionamentos. Não fuja do assunto e não tente minimizar atitudes. Converse, mostre por que determinada situação é racista e como pode ser combatida. Novamente, é através do exemplo que as crianças desenvolvem seu comportamento

9 - Para reforçar atitudes antirracistas, um passo de cada vez

O diálogo e o bom exemplo andam juntos. Esta é uma longa caminhada e cada passo nos faz chegar mais longe. Apesar do que já avançamos nos últimos anos, ainda somos uma sociedade em grande parte racista. 

Meu filho é branco. Como torná-lo um aliado na luta antirracista?

É importante ainda que a criança compreenda seu lugar de privilégio, e entenda que esse privilégio não a exime de ver os efeitos do racismo na sociedade. 

Criar uma criança que compreenda a necessidade de ser ativamente contra o racismo começa por ter coragem de ter conversas francas sobre o que acontece no mundo. 

Não tenha receio de falar com seu filho ou sua filha usando as palavras certas: negro, branco, racismo, preconceito. Uma postura antirracista pode ser incômoda dentro de uma estrutura que historicamente não trata as pessoas como iguais. Mas a mudança depende de cada um de nós. 

Meu filho é negro. Como fortalecê-lo para a luta antirracista?

As crianças negras sofrem tantas situações de racismo hoje quanto seus pais sofriam. O que mudou é que hoje existem mais informações sobre como reagir a ele. 

É preciso acolhê-la e ajudá-la a identificar e dar nome ao seu incômodo perante as situações. E também mostrar o caminho do empoderamento e da autoestima, através de exemplos positivos de pessoas negras atuantes na sociedade.

A mudança passa por cada um de nós, e é nosso papel preparar os filhos para uma vida com mais pluralidade e respeito. Comece por você!

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