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Como ser uma boa madrasta ou padrasto?

Ninhos do Brasil NB
seg, 14/02/2022 - 10:30
Um exemplo de como ser uma boa madrasta: uma mulher se diverte em um café com o marido e o enteado, e eles tiram foto juntos.

Saber como ser uma boa madrasta ou bom padrasto é um processo de aprendizado, construído aos poucos. Não tem receita mágica! Ao se relacionar seriamente com alguém que já tem filhos, é natural que surjam muitas dúvidas. 

Preciso cuidar de uma criança que não é minha? Qual é meu papel dentro dessa família? Quais são meus limites? O que posso esperar? Enfim, como ser uma boa madrasta ou padrasto? 

Rebeca Guedes conheceu Catharina, filha de seu namorado Luiz Martins, depois de alguns meses de relacionamento. Naquele momento se sentiu oficialmente no papel de madrasta – e precisou lidar na prática com as dificuldades desse “título” na vida da enteada, na época com seis anos. 

Para cumprir esse papel da melhor forma possível – longe dos estereótipos dos contos de fada– , é importante também enxergar a situação a partir dos pontos de vista de todos os outros envolvidos: os pais e os filhos. Eles também têm dúvidas e inseguranças. Quem não? 

Não há um manual de instruções para a construção de relacionamentos e famílias. Mas entender essas diferentes perspectivas pode deixar esse processo um pouco mais leve e saudável.  

Qual é o papel da madrasta/padrasto no desenvolvimento da criança?

Rebeca conta que teve uma certa crise de identidade no início da convivência com a filha de seu namorado: “Tive receio de me aproximar mais e ela (Catharina, a enteada) achar que eu estava tentando roubar o lugar da mãe dela”.

Independentemente da dinâmica familiar na qual você está entrando, vale lembrar que ser uma boa madrasta não significa suprir ou substituir o papel da mãe ou do pai na vida do seu enteado.

Com o tempo, uma boa relação com a criança pode sim proporcionar uma proximidade comparável a um dos pais, por exemplo. 

Mas a figura da madrasta ou padrasto dentro de casa é, em um primeiro momento, de alguém desconhecido e que precisa conquistar a confiança da criança.

Aos poucos, é possível até se considerar parte da rede de apoio do seu enteado. Essa rede nada mais é do que um grupo de pessoas sempre em sintonia e prontos para ajudar no desenvolvimento da criança. São os pais, tios, avós, amigos e, a partir de agora, você! 

Mas saiba: boa madrasta ou bom padrasto são aqueles que respeitam os posicionamentos dos pais na educação dos filhos. Se houver discordâncias, o melhor caminho é conversar com os responsáveis diretamente, e longe da criança. Desautorizar o pai ou a mãe na frente da criança, pode tornar a relação ainda mais confusa na cabecinha dela.

Se tornar uma boa madrasta ou um bom padrasto é um processo!

“Depois que entendi melhor que o meu papel ali não é para substituir ninguém, mas para servir como um apoio a mais para a Catharina, pensei muito em como me fazer presente, mesmo que a nossa convivência fosse um pouco complicada no início”, conta Rebeca. “Não foi fácil, foi uma jornada tanto para ela quanto para mim”. 

Saber como ser uma boa madrasta ou um bom padrasto nada mais é do que ter calma no desenvolvimento dessa relação. Aos poucos a criança passa a te ver como alguém com quem ela pode contar para estar ao seu lado. Respeitar o tempo da construção dessa relação faz toda a diferença nos momentos em que vocês estiverem juntos!

Como ser uma boa madrasta ou padrasto e construir relações sinceras com seu enteado?

A regra de como ser uma boa madrasta ou padrasto, se é que existe uma, é dar tempo ao tempo e não forçar uma relação a todo custo.

“Aos poucos fui percebendo que a dificuldade que a Catharina tinha em me aceitar ali do lado dela era ciúme de me ver convivendo com o pai dela (Luiz). Não era necessariamente sobre alguma coisa que eu fiz ou deixei de fazer”, diz Rebeca. 

“Precisei saber dosar os momentos em que eu estava por perto e não me inserir em todos os passeios, por exemplo, para tirar um pouco dessa pressão de que ela gostasse de mim”, complementa.

5 dicas de como ser uma boa madrasta ou padrasto

Da experiência de Rebeca e a partir da conversa com especialistas, reunimos cinco dicas para ajudar.

1 - Permita que a criança seja criança

É natural que a criança sinta ciúmes ou faça comparações entre os adultos. Não cobre da criança que ela tenha uma maturidade e compreensão incompatíveis com a idade. Conforme ela percebe que não há nenhuma disputa, ela vai se tranquilizando e aceitando a nova configuração.

2 - Busque conhecer os interesses da criança 

Faça perguntas quando tiver oportunidade e dê abertura para que a criança também te conheça melhor. 

3 - Proponha atividades conjuntas. 

Um piquenique, um passeio no parque são oportunidades de mostrar que você pode fazer parte dos momentos em família, sem ser uma ameaça.

4 - Dê espaço para a criança! 

Ainda assim, é interessante também saber quando se afastar. Deixe que o pai ou mãe da criança aproveite um tempo sozinho com o filho! Assim, não tem como parecer que você está impedindo a relação de florescer, sendo uma barreira entre a criança e seu parceiro(a). 

5 - Não falar mal do pai ou da mãe

Além de poder ser considerado alienação parental, isso pode colocar a criança numa posição delicada de ter que se posicionar e escolher um lado. Mesmo que não sejam amigos, é importante preservar o respeito. 

Os desafios em como ser uma boa madrasta: erros e acertos

O começo da relação de Rebeca e Catharina não foi simples. 

Se a madrasta passava muito tempo com seu pai ou até mesmo chegava junto com ele para buscá-la na escola, a menina reclamava e se afastava.

Mesmo que inicialmente houvesse pouco retorno, Rebeca começou a criar pontes para a conversação: perguntava sobre o dia, os amigos da sala de aula, um desenho animado na TV ou o nome de um boneco. 

Também buscou deixar a criança mais livre para procurá-la quando quisesse e evitou estar o tempo todo ao lado dela e do pai. 

“Não queria invadir o espaço dela (Catharina). Eu era a estranha, né? Fui aos poucos deixando ela mais confortável comigo ali, mas em geral deixei ela aproveitar a companhia do pai sem eu necessariamente estar junto para não deixá-la desconfortável.”

Com o tempo, Catharina começou a se abrir mais e, depois, já estavam fazendo atividades simples, como ir ao mercado ou assistir à televisão juntas. “Ela foi perdendo um pouco do ciúmes. Esse sentimento era normal e, conforme foi passando, a Catharina foi me aceitando mais ali, fazendo parte da vida dela e do Luiz (o pai)”, conta a madrasta. 

Qual é o papel dos pais na relação familiar com a madrasta ou padrasto?

No caso de Rebeca, ter o apoio tanto de Luiz, seu parceiro, quanto da mãe de Catharina facilitou muito o processo de aproximação com a criança. Depois do estranhamento inicial, Catharina conseguiu entender que Rebeca não estava tentando roubar o pai dela ou substituir sua mãe. Era uma figura a mais para agregar, e não dividir, a família. 

Esse apoio veio por meio da inclusão gradual de Rebeca em momentos familiares. O cuidado de Luiz para que a filha não se sentisse deixada em segundo plano colaborou para o entendimento da menina. 

Além disso, o reforço da mãe de que a madrasta não era uma inimiga também ajudou no funcionamento da nova configuração da família.

Foi esse suporte, pareado com as atitudes pacientes de Rebeca, que talvez tenha tornado possível que hoje ela se entenda como uma boa madrasta. Hoje, Rebeca e Catarina têm uma relação próxima e carinhosa com sua enteada, e se consideram amigas.


Relações familiares são sempre muito dinâmicas e precisam de paciência! Anote também mais algumas dicas sobre a construção de uma relação respeitosa entre pais e filhos! 

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