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Como construir o respeito na relação entre pais e filhos

Flávia Valadares FV
seg, 27/09/2021 - 10:30
Sentadas em um sofá verde, a mãe tenta dialogar com a filha que está emburrada de braços cruzados.

Você tem uma relação difícil com seus filhos e acha que eles deveriam ser mais respeitosos com você? Se esse tipo de pensamento e dúvidas sobre respeito passam aí na sua cabeça várias vezes ao dia, quando você enfrenta aquelas situações tão desafiadoras, eu te convido a mergulhar no meu pensamento sobre educar seus filhos nos dias de hoje.

A democracia é um estilo de vida e faz com que os métodos tradicionais de educação das crianças se mostrem ultrapassados. Numa sociedade de iguais, não podemos dominar o outro, esperar a tal obediência cega. Nós lutamos contra isso.

A criança é um ser social igual ao adulto e, quando falo de igualdade, estou falando que todas as pessoas, não importa a idade, têm a mesma necessidade de respeito. As crianças devem ser estimuladas e encorajadas por você, o adulto da relação, o adulto que dá segurança, ensina princípios, valores e habilidades.

Por mais diálogo e menos rótulos nas relações

As crianças aprendem por meio da imitação. Portanto, o mesmo acontece com o aprendizado do respeito: elas irão observar e absorver tudo que é feito na frente delas. Elas observam como os adultos ao seu redor respondem uns aos outros em diferentes situações, e tentam imitar isso.

Só quero que você saiba que uma criança travessa não deve ser considerada uma criança desobediente. Desobediência é um conceito dos pais e responsáveis em relação à criança.

Uma das formas de se quebrar o respeito com seu filho ou filha é não aceitá-los como eles são. Quando você subjuga ou ri de seus sentimentos e suas verdades. O desrespeito pode começar quando você julga e critica seus filhos, quando você cria rótulos e dita o que eles devem ou não fazer: “por que você fez isso?”, “não foi nada, pare de chorar!”, “eu avisei né”.

O desrespeito pode começar quando você usa ameaças, punições e recompensas, a fim de manipular a criança para que se submeta apenas aos seus desejos. Começa quando você pensa que é mais inteligente do que elas, que você está sempre com a razão e elas sempre erradas.

Por outro lado, quando a criança sente que seus sentimentos são reconhecidos, acolhidos e validados, as coisas vão se encaixando e se resolvendo de forma orgânica.

O comportamento evolui à medida que o cérebro da criança amadurece. A imaturidade da criança é uma condição neurológica da infância, portanto, comportamentos desafiadores e difíceis são esperados, sem dúvida.

Quando você respeita os comportamentos desafiadores, agressivos, difíceis e as explosões emocionais e entende a criança como um ser humano em desenvolvimento, não é falta de firmeza, limites  ou educação. É entender seu filho e respeitá-lo, acima de tudo.

Respeito não pode ser medido, não pode ser exigido, muito menos forçado. Respeito é um estado de liberdade entre dois indivíduos, é também um estado de ser justo, portanto está sempre presente onde não há autoritarismo. É aqui que as percepções entram em jogo. A maneira como seu filho vê o mundo é muito diferente de como você entende o mundo.

Amor, respeito e comunicação andam juntos

Para encontrar o meio-termo, você precisa construir uma porta de acesso para preencher a lacuna entre essas duas percepções de mundo muito diferentes: uma ponte entre a visão do adulto e a visão da criança.

E isso só pode ser feito por meio de comunicação. É sobre se comunicar, não é sobre comandar. Relacionamentos positivos e respeitosos entre você e seu filho são construídos no dia a dia, nas pequenas ações. A chave para esse equilíbrio está no compromisso com o relacionamento e na vontade de resolver as coisas juntos.

O melhor presente que você pode dar é demonstrar que as crianças não precisam ser perfeitas e alegres o tempo todo. Elas podem ser elas mesmas e ainda imersas em conexão, respeito e confiança!

Eu sei que você quer se sentir eficaz e confiante ao estabelecer regras e combinados com seus filhos. Também sei que você não quer se sentir “o controlador” para fazer isso.

Leia também: Disciplina positiva: como dizer não?

Para se sentir respeitada, a criança precisa primeiro se sentir amada pelo que ela é, antes de ser amada pelo que ela faz ou deixa de fazer. Esse é o verdadeiro sentido do amor ao próximo.

E lembre-se que as crianças não estão em sua vida para atender às suas expectativas. Você deve amá-las e respeitá-las simplesmente porque são crianças e não de acordo com suas condições e preferências.

Compreender que a criança é um ser humano que está aprendendo e se desenvolvendo é um exercício de empatia e te permite chegar ao lugar de aceitação e reparação com mais facilidade. É uma habilidade que vai evoluir organicamente e que eu encorajo você a praticar.

As crianças estão aqui para receber – entre outras coisas – o amor e o afeto incondicional, sem regras educacionais punitivas e opressoras.

Crianças precisam de coerência e respeito. É isso que forma raízes firmes e fortes, dando frutos e então criando asas!

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