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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

"De onde vêm as crianças?”: falando de assuntos delicados

Flávia Valadares FV
qua, 01/12/2021 - 10:30
Mãe grávida com filha no colo explicando de onde vêm as crianças

As crianças são naturalmente curiosas sobre como o mundo funciona, não é verdade? Toda mãe, pai, cuidador ou quem convive com crianças sabe o que é ser surpreendido por uma pergunta difícil. Elas podem surgir a qualquer momento, geralmente quando você menos espera: na volta da escola, no café da manhã, na hora de dormir ou durante uma visita num parquinho.

Algumas perguntas são mais fáceis de responder do que outras, algumas questões são difíceis ou delicadas. Além disso, como sabemos, as crianças têm uma genialidade, um tipo de imaginação que é bem típica da infância. 

Existem coisas que você pode facilmente compartilhar com seus filhos, mas, às vezes, você se depara com questões ou tópicos mais delicados. Como você conta a ele sobre a morte de algum parente ou amigo? Como explicar que mamãe e papai estão se separando? Como prepará-lo para um acontecimento importante em sua vida, quais são as palavras certas? 

As crianças têm a capacidade de sentir o que está acontecendo

O que você precisa saber é que as crianças têm quase um superpoder de sentir tudo o que está acontecendo dentro de casa. Preciso que você saiba que a capacidade de fazer perguntas para coletar as informações necessárias constitui um mecanismo eficiente para o desenvolvimento cognitivo da criança.

Ou seja, ela precisa fazer essas perguntas porque está buscando as respostas para constituir e entender o mundo em que vive. A maioria das crianças começam a questionar entre os dois e os quatro anos. Isso porque elas buscam entender coisas e comportamentos que ainda não são habituais para elas. 

Portanto, mentir não é uma boa ideia, em nenhum aspecto. Nessas horas, a comunicação, o diálogo, a clareza nas explicações, uma boa dose de paciência e uma conversa franca, além da criatividade, são ferramentas que vão te ajudar bastante, desde que tudo seja adequado à idade da criança. Uma comunicação franca é importante desde o início da vida.

E quando as crianças perguntam sobre sexualidade? O que fazer?

No topo da parada de sucessos de perguntas que fazem os pais ficarem pálidos de susto, obviamente encontramos aquelas relacionadas à sexualidade. 

Use sempre os termos corretos para as partes do corpo ao explicar para o seu filho as diferenças entre os órgãos. Especialmente quando seus filhos são pequenos, você pode explicar sobre as “partes íntimas” e o que significa privacidade do corpo: que ninguém mais deve tocá-los. 

Esse também é um bom momento para ensinar que ele deve vir até você ou outro adulto de confiança se alguém tentar tocar seu corpo.

Será que podemos conversar com uma criança sobre tudo? 

Sim, embora falar sobre divórcio ou morte para crianças seja uma tarefa delicada. A partir dos 2 anos, a criança tem uma curiosidade que a move e que lhe permite perceber tudo, sentir que algo mudou na família. Ela vê pessoas tristes, menos disponíveis para ela e, mesmo que ela não consiga entender exatamente o que está acontecendo, você não deve agir com ela como se nada tivesse acontecido.

Explicar sobre suas próprias emoções, dizer a ela que você está chateado, permite que a criança entenda mais sobre esse tipo de sentimento e, por sua vez, quando surgir alguma questão, ela vai expressar o que sente com mais facilidade.

Quer você esteja dando notícias de última hora sobre a morte de um familiar, a perda do emprego ou uma doença grave, é importante entender que as crianças processam as informações aos poucos. 

Isso significa que você deve estar preparado para voltar no assunto, talvez muitas vezes. Ah, e de formas diferentes, faça o uso de leituras de livros, contação de histórias, histórias em quadrinhos, use brinquedos e desenhos para explicar ideias mais complexas.

Eu sempre recomendo falar a verdade para seu filho. Ou seja, ter um discurso de acordo com seu estado emocional do momento. Porque a criança é muito sensível à linguagem não verbal. Ela mesmo fala muito com seu corpo, suas emoções. Crianças não colocam filtro, elas podem perceber se você falar que “está tudo bem”, mas, na verdade, está mesmo chateado(a).

Nossos pequenos filosofinhos e suas questões existenciais

De certa forma, as questões filosóficas são mais difíceis de responder, porque tratam de tópicos existenciais, abstratos ou desconhecidos, como, por exemplo, quem é Deus, por que morremos e para onde vamos? Você pode responder de acordo com o que sua família acredita, seus valores familiares, suas tradições, cultura e filosofia de vida.
 
Respostas como  "essa é uma ótima pergunta”, “vamos descobrir mais juntos" são boas iniciativas para se ter na manga em questões complexas: ciência, história, política, incidentes assustadores nas notícias ou sempre que uma pergunta pegar você desprevenido.

Esteja sempre preparado, porque, conforme as crianças continuam a crescer, elas terão acesso a coisas novas, ver e ouvir coisas novas e com certeza eles querem saber como as coisas funcionam. Não se apresse em responder se você não sabe uma resposta. As perguntas vão continuar existindo, porque seu filho adora aprender e ele te ama acima de tudo, ele sabe que pode contar com você e essa é a maneira do seu filho buscar segurança. Seja luz.

Gostou deste texto? Se identificou com essa situação complicada que pais, mães e cuidadores sempre passam? A Negra Li falou um pouco sobre as perguntas que os filhos dela fazem! Leia aqui

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