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A mãe que decifra até silêncios também precisa ser ouvida

Beto Bigatti BB
sex, 06/05/2022 - 18:34
"mãe reunida com dois filhos em um ambiente aberto"

Beto Bigatti

O principal “superpoder” de uma mãe nem é o mais badalado. Ao invés dele, o povo adora falar sobre a mãe fazer mil coisas ao mesmo tempo. Exaltam o seu “poder” de dar conta de tudo, sem perceber que, na verdade, é justamente isso que a mulher gostaria de não precisar fazer. Porque ter tantos “superpoderes” cansa. Mais do que exaltação, elas precisam de parceria, de escuta, de alguém que faça junto. Essa é a verdade. 

Mas, falando em escuta, isso é algo que realmente me faz enxergar as mães como heroínas. Essa aptidão sensorial me faz admirar cada vez mais a mãe dos meus guris. Isto, sim, é um superpoder: a capacidade de entender absolutamente tudo o que os filhos estão dizendo quando eles estão em completo silêncio.

É o olhar que capta feito radar e captura feito esponja exatamente aquilo que o silêncio do filho evidencia. Até o que o filho ainda nem sabe que sente. 

Uma balé silencioso e lindo

Desculpem-me se romantizo aqui, mas essa linha direta entre dois corações me arrebata. Fico ali, no meu cantinho, assistindo a esse balé silencioso. Porque eu sou o cara que quer conversar. Pergunto muito, falo bastante, essas coisas. A conversa flui e, desde sempre, meus filhos sabem que podem me falar o que quiserem. Mesmo se eu não gostar do que vou ouvir.

Mas com a mãe, ah, com a mãe é diferente. Tantas longas conversas silenciosas. O oposto absoluto e total ao “silêncio constrangedor”, aquele que nos deixa tão sem graça.

Este é puro acolhimento. Seja no abraço apertado, seja em permitir que o filho não diga uma só palavra. Aliás, aí está a arte da coisa. A mãe coloca o olho na expressão do filho e decifra. Sutil como um véu de seda deslizando sobre a pele. Chega a arrepiar quando assisto a essa conexão.

E lá vai ela dosar sua atitude baseada na necessidade do filho. Tem dias que me olha e diz “deixa ele”. Algumas vezes: “quer conversar, filho?”; em outras: “vai lá...”.

Escuta ativa que aceita e constrói. Transforma. Ninguém sai igual depois de um bom abraço ou de uma conversa necessária. Ou de um “olhar-abraço”. 

Como todo poder que, para dizer a verdade, é em essência puro afeto, a escuta das mães acaba funcionando como alimento transformador para a alma dos nossos pequenos. Nutre a raiz, porque leva àquilo que a criança mais precisa: que a entendam e que a aceitem. E quem melhor do que uma mãe e um pai para cumprir esse papel?

Escuta que abraça

Cá entre nós, você sabe bem que, na correria diária, esses silêncios por vezes nos escapam. Por isso, há tanta culpa na parentalidade. Mas sejamos honestos: estamos fazendo o nosso melhor. Dia após dia. E quer saber? Às vezes, a escuta silenciosa vira cumplicidade pura. 

Basta uma troca de olhares e o filho compreende: a mamãe está cansada. Por isso, é fundamental implementar em casa uma rotina de escuta, e a gente se esforça para alcançar isso. Quando esta prática é estabelecida, os filhos também aprendem a ouvir, respeitar e acolher. É um ciclo bonito, né?

E assim, as mães, por vezes exaustas, mas sempre poderosas, em sua escuta ativa ou silenciosa vão transformando os filhos, as famílias, as empresas, os bairros… o mundo.

Feliz Dia das Mães!

Leia também: Paternidade ativa: será que essa expressão faz sentido? 

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