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Para mães e pais 
em fase de crescimento.

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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Você sabe o que é escuta ativa? Melhore a convivência com seus filhos

Ninhos do Brasil NB
Um homem está deitado de costas no tapete com um menino de cerca de 4 anos apoiado na sua barriga. Um sorri para o outro à frente de um sofá.

Educar não é uma tarefa fácil. São tantas informações conflitantes na internet, opiniões de familiares, resquícios da educação que recebemos, discussões e nossos próprios instintos, que muitas vezes ficamos em dúvida sobre qual é o caminho certo a seguir. 

Escutamos muitos palpites, nos preocupamos em como agir e o que falar, e muitas vezes esquecemos de um ponto primordial: ouvir a criança.

Mas ouvir mesmo, com atenção. Em outras palavras: praticar uma escuta ativa desde cedo. Os benefícios de fazer isso são inúmeros, tanto para o desenvolvimento dos filhos, quanto para os adultos envolvidos: mães, pais, cuidadores. Vamos entender mais?

O que é escuta ativa?

Sabe aquela história de “melhor um tempo de qualidade do que quantidade de tempo”? O princípio da escuta ativa caminha nessa direção.

A escuta ativa é estarmos verdadeiramente presentes naquele momento para os nossos filhos. É ouvir o que eles estão dizendo, sem pensar em tudo aquilo que está acontecendo ao redor e em nossa vida que não está ali naquele momento”, explica a pediatra Ana Claudia Carramaschi. 

A psicóloga Natália Anauate acrescenta que é preciso escutar os filhos sem julgamentos, buscando entendê-los mesmo que ainda não saibam se expressar com clareza. “Utilizar a escuta ativa a favor da criação significa ajudar os pequenos a expressarem aquilo que pensam e sentem. A criança, na maioria das vezes, tem dificuldade em nomear emoções. É importante auxiliá-la para que ela passe a entender seus processos internos, como medo e raiva”.

Tempo de qualidade x quantidade de tempo

Em um mundo tão corrido e com tantas obrigações diárias, muitos pais e mães não encontram oportunidade para conversar atentamente com as crianças. Para isso, é preciso se dispor a deixar tudo de lado quando elas pedem sua atenção. Uma dica é estabelecer um momento do dia para focar nas necessidades dos filhos.

Desligar celulares, telas, preocupações e direcionar os pensamentos para aquele momento em família. É por meio de interações diárias e brincadeiras que as crianças aprendem a como se comportar em sociedade, reconhecem seus sentimentos e modulam seu comportamento. Por isso, é tão necessária a escuta ativa: estar realmente presente com os filhos para ajudá-los na tarefa de entender o que sentem e validar suas reações. 

Precisamos lembrar que o ser humano aprende por observação. Se uma criança teve como modelo de comportamento pais que a escutaram e validaram seus sentimentos, teremos adultos empáticos”, pontua Natália. 

A psicóloga lembra que as crianças que foram ouvidas por seus pais e responsáveis terão mais clareza, no futuro, para perceber seus comportamentos e emoções. “Diante disso, serão adultos com mais facilidade para colocar-se de forma empática diante de si mesmos, do outro e do mundo”, afirma a profissional. 

A pediatra Ana Claudia acrescenta que os benefícios são vistos também na individualidade da criança. “Aquela que é ouvida e vista pelos seus pais se tornará um adulto mais seguro. Diferentemente do que muitos pensam, o acolhimento, o amor e o cuidado trazem segurança e previsibilidade. Assim, ela terá chances de crescer mais segura e com menor chance de desenvolvimento de doenças crônicas e de saúde mental”, conta a especialista.

Mães e pais em fase de crescimento: evoluindo com os filhos

Esse tipo de relação com as crianças pode ajudar o desenvolvimento dos pais. Ao exercer uma educação empática e atenta, revisitamos nossa infância, lidamos com alguns de nossos medos e evoluímos como seres humanos. 

Enquanto ensinamos, aprendemos a validar e reconhecer o que sentimos. Enquanto nossos filhos crescem, nós crescemos juntos. Todo mundo ganha. 

As crianças fazem com que os pais se tornem adultos melhores, pois eles passam a se deparar com seus próprios ensinamentos em suas vidas pessoais. Quando tive minha primeira filha, uma amiga me disse 'sua filha não fará o que você fala e sim o que você faz'. É a mais pura verdade”, explica a psicóloga Natália. 

Acredito que somos pais que, por meio da informação disponível, buscam outra forma de educar. Que no momento em que nos encontramos diante dessa tarefa, nos deparamos com nossas próprias dores e fomos em busca de uma outra forma de fazê-la. E, graças à ciência, hoje temos essas respostas”, afirma Ana Claudia. “Aprendemos todos os dias com as crianças. Elas nos ensinam a respeitar o nosso tempo, a nos conectar com o presente e principalmente a ressignificar nosso passado”.

E como aplicar a escuta ativa no dia a dia? 

Reunimos uma série de dicas para que você possa praticar a escuta ativa na sua casa. Confira:

  1. Criar um tempo de qualidade com seu filho. Estabelecer um momento do dia para voltar suas atenções para ele, sem distrações, observar suas reações, participar ativamente das brincadeiras.
  2. Nomear emoções. As que ele demonstra sentir no dia a dia e as que você também sente. Assim, ele poderá reconhecer e entender da próxima vez que se deparar com o sentimento. “Demonstrar nossa vulnerabilidade não é sinal de fraqueza e sim uma forma de nos humanizar.”, diz a pediatra Ana Claudia.
  3. Demonstrar empatia e escuta com outros membros da família e amigos próximos. Observando suas interações, a criança aprende a se relacionar da mesma forma. “As crianças são como ‘esponjas’ e nos observam atentamente o tempo todo. Elas observam nossas expressões faciais, nossas reações corporais e nosso tom de voz. Demonstrar empatia, dentro de nossa própria casa, em nossa família já pode ser um bom começo”, conta Ana Claudia.
  4. Ter paciência e entender suas próprias reações. As crianças têm comportamentos mais responsivos e cabe aos pais serem os adultos da relação, modulando sua postura. “Hoje a grande maioria dos pais tem o conceito bastante claro de criação baseada na conversa. Difícil é colocar em prática quando a criança se joga no chão num ataque de birra ou te desafia diante de uma ordem. Os pais aprendem diariamente a enfrentar suas emoções também. E controlá-las”, pondera a psicóloga Natália.
  5. Interferir em relações das crianças ou brincadeiras de forma que as ajude a ter ferramentas para fazer isso sozinha em breve, entendendo os próprios sentimentos e atuando de forma empática. “Imaginem uma criança que arranca o próprio brinquedo da mão do amiguinho e este chora. Não acredito ser eficiente mostrar que é errado devolvendo o brinquedo, em um movimento similar ao da criança enciumada. Penso que podemos dizer que entendemos que ele gosta muito daquele objeto, mas que o amigo ficará triste se não puder brincar. Posteriormente podemos oferecer um novo elemento para que a criança se sinta acolhida e perceba que pode deixar o outro com com seu brinquedo”, indica Natália.
  6. Estimular a literatura e cinema: filmes e livros podem se tornar aliados para estimular conversas. Muitas vezes eles exercem um papel "terapêutico"porque abrem um campo de diálogo e ajudam a própria criança a entender e identificar o que está sentindo através de histórias vividas por personagens.

Educar não tem uma fórmula mágica e nunca é um caminho simples. Mas ajudar a criança a exercer a empatia e entender seus sentimentos a ajudará a fortalecer sua autoestima e ocupar um lugar na sociedade de maior atenção e acolhimento.

Todos os sentimentos existem dentro de nós e precisam ser reconhecidos. Precisamos auxiliar as crianças a identificá-los. Além de oferecer ferramentas para que elas possam lidar com eles”, conclui Natália. E a escuta ativa é um bom começo para esse ensinamento. 

Conheça aqui a história da Ana Carolina, mãe de dois filhos com sete anos de diferença e que aplica a escuta ativa na infância e na adolescência.

Para Ninho®, o poder da escuta ativa vai ainda além dos laços familiares. Afinal, o amor que damos aos nossos filhos, é o amor que eles dão ao mundo. E isso aparece de forma emocionante na campanha de Dia das Mães. Tente não se emocionar com o vídeo

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