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Intolerância à lactose em crianças: como identificar?

Ninhos do Brasil NB
seg, 19/12/2022 - 10:00
Imagem de uma criança desconfortável, com um copo de leite em uma mão e outra sobre a barriga em uma postura que remete aos efeitos da intolerância à lactose.

Quando a gente fala em alimento essencial para crianças, logo vem à cabeça o leite. Para muitos, é a bebida que conforta, mas algumas crianças apresentam reações incômodas, depois que mamam ou tomam um copo de leite. Isso pode ser intolerância à lactose. 

Reunimos aqui informações sobre esse assunto, além de dicas para crianças que já foram diagnosticadas intolerantes à lactose.

O que é intolerância à lactose?

Dizemos que uma pessoa tem intolerância à lactose quando ela tem dificuldade para digerir a lactose – um tipo de açúcar encontrado no leite e em outros alimentos lácteos. 

O corpo, geralmente, produz lactase – uma enzima natural que decompõe a lactose. Mas as crianças intolerantes à lactose não produzem lactase suficiente.

Quando a lactase é insuficiente para digerir a quantidade de lactose consumida, aparecem sintomas como náuseas, cólicas, diarreia e inchaço. 

Mas o quão grave é isso? A gravidade dos sintomas vai depender da quantidade de lactose que uma pessoa pode absorver em relação à quantidade ingerida. 

É importante saber que a intolerância à lactose é diferente da alergia alimentar ao leite. Enquanto a intolerância é a incapacidade total ou parcial de digerir a lactose, a alergia é uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite da vaca.

Mas, acredite, intolerância à lactose não é tudo igual.

Existem 3 tipos de intolerância à lactose

  • Intolerância à lactose primária: quando o corpo diminui a produção da enzima lactase, sem motivos aparentes. Isso pode acontecer ao longo da vida. 
  • Intolerância à lactose secundária: quando o corpo diminui a produção de lactase após uma lesão, cirurgia ou doença. 
  • Intolerância à lactose congênita ou desenvolvimental: o tipo mais raro. É um problema genético, em que os pais transmitem o gene causador.

Afinal, o que causa intolerância à lactose?

Assim como os tipos, também variam as causas da intolerância à lactose. Assim, pode-se considerar no diagnóstico fatores como: doenças ou infecções intestinais, lesões no intestino delgado, predisposição genética e histórico familiar de intolerância à lactose.

Quais são os sintomas de intolerância à lactose em bebês?

Alguns bebês já nascem com intolerância à lactose, nesse caso, é uma condição genética rara em que nenhuma enzima lactase é produzida. É a chamada intolerância à lactose congênita, como acabamos de ver. Porém, a maior parcela de intolerantes à lactose desenvolve a condição ao longo da vida, normalmente após os 5 anos de idade.

No geral, os sintomas começam entre 30 minutos e 2 horas após a ingestão de alimentos ou bebidas contendo lactose, e eles variam em cada bebê. O que pode acontecer é:

  • Dor de estômago ou náusea
  • Cólicas
  • Inchaço
  • Dor de barriga (abdominal)
  • Gases
  • Fezes líquidas ou diarreia
  • Vômitos
  • Ganho de peso insatisfatório 
  • Assaduras

A gravidade dos sintomas da criança dependerá da quantidade de lactose que ela ingeriu e de quanta lactase o corpo dela produz.

Quais são os sintomas de intolerância à lactose em crianças?

Os sintomas de intolerância à lactose em crianças são os mesmos apresentados pelos bebês: dor de estômago ou náusea, cólicas, inchaço, dor de barriga (abdominal), gases, fezes líquidas ou diarreia, vômitos, ganho de peso insatisfatório e assaduras. 

Como é o diagnóstico de intolerância à lactose em bebês e crianças?

Se você desconfia que seu filho tem intolerância à lactose, a primeira coisa a fazer é conversar com o médico pediatra que o acompanha.

A partir da avaliação clínica, ele pode orientar o teste de exclusão temporária da lactose da dieta infantil ou pedir outros exames laboratoriais mais aprofundados:

Os testes mais comuns são:

- Teste de tolerância à lactose 

Feito para saber como a lactose é absorvida pelo sistema digestivo. Em jejum, seu filho bebe um líquido que contém lactose. Após evacuar, as fezes são então testadas para lactose nas próximas 24 horas.

- Teste de respiração de hidrogênio 

Seu filho bebe um líquido com grande quantidade de lactose. A respiração é então verificada em horários regulares para medir a quantidade de hidrogênio. Altos níveis de hidrogênio significam que seu filho é intolerante à lactose.

- Biópsia/teste de dissacaridase

É feita uma endoscopia digestiva e retirada uma pequena amostra do intestino delgado para análise enzimática 

Para bebês, existe um teste para detectar a intolerância à lactose congênita, que utiliza saliva ou o sangue para obter informações quanto à ausência ou redução da enzima lactase. 

Qual é o tratamento para intolerância à lactose em bebês e crianças?

Primeiramente, vale esclarecer: a intolerância à lactose não é uma doença. 

A condição pode ser controlada com dieta e medicamentos. O tratamento para a intolerância à lactose vai depender dos sintomas apresentados pela criança, levando em conta a gravidade deles. 

É bom lembrar que nenhum tratamento fará com que o corpo do seu filho produza mais lactase, então o que pode ser feito é controlar os sintomas com uma dieta que limite a lactose. Mas isso não significa parar de comer todos os alimentos derivados de leite. Alguns pediatras podem receitar que seu filho tome enzimas lactase, que são vendidas em farmácias.

Em recém-nascidos a intolerância à lactose é muito rara – o mais comum é a alergia à proteína do leite da vaca. Nesse caso, os médicos costumam orientar a retirada de laticínios da dieta da mãe que amamenta. Nos casos raros de intolerância, entende-se que prosseguir com o aleitamento materno ainda é mais vantajoso para a saúde da criança do que interromper. 

Se seu bebê é alimentado com fórmula e apresenta cólicas e refluxos muito intensos, vale a pena conversar com o médico sobre a possibilidade de optar por uma versão com baixo teor de lactose ou sem lactose.

A recomendação para crianças mais velhas é a diminuição dos laticínios na dieta, sem eliminá-los totalmente. Eles ainda podem comer alguns queijos, iogurtes e produtos de soja fortificados com cálcio, assim como produtos vendidos sem lactose, como leite, manteiga e creme de leite, por exemplo. 

4 dicas para controlar a lactose na dieta do seu filho:

Com o diagnóstico confirmado, é possível fazer o controle da ingestão de lactose. Isso porque nem sempre a intolerância é total, e existe um nível que pode ser tolerado pelo organismo. É importante seguir sempre a orientação médica, que pode variar conforme a intensidade do caso.

Nesse sentido, ajuda ter em mente essas quatro dicas:

  1. O mais frequente é iniciar a retirada total dos alimentos com lactose,  seguida de adaptação progressiva, observando o efeito da reinserção gradual. Assim é possível avaliar quais lácteos a criança consegue tolerar.
  2. Queijos duros e iogurtes podem ajudar na reintrodução gradual dos lácteos, por terem menor quantidade de lactose.
  3. Produtos sem lactose contêm a enzima lactase na fórmula, e também podem ser boas opções nessa retomada.
  4. Em alguns casos, o médico pode sugerir a ingestão de lactase sintética (em pílulas ou gotas), antes e consumir produtos lácteos.

E vale lembrar: se seu filho não apresenta sintomas de intolerância à lactose, não há motivo para alterar a dieta.

Cardápio infantil para quem tem intolerância à lactose: como montar

Uma dieta mais restritiva muitas vezes fará com que você tenha que optar por alimentos mais saudáveis, nutritivos e com mais fibras.

Na hora de fazer as receitas que normalmente levariam ingredientes com lactose, você vai precisar aprender a substituir. Vai fazer aquele bolo que seu filho adora? Trocar o leite por suco de frutas ou água é uma boa opção.

Porém, com a redução da lactose na alimentação, vem a preocupação de que a criança possa não estar ingerindo a quantidade suficiente de cálcio e proteínas que ela necessita. 
 
Sendo assim, além de substituir os produtos lácteos, você precisa investir em alimentos que vão garantir esses nutrientes na dieta do seu filho. Alguns exemplos são:

  • suco fortificado com cálcio ou leite de soja
  • vegetais verdes-escuros e folhosos, como brócolis, couve e folhas de nabo
  • feijões
  • salmão
  • amêndoas
  • soja
  • frutas secas
  • tofu

E lembre-se: a vitamina D é necessária para o corpo absorver o cálcio, por isso, é importante ficar atento para não esquecer de incluí-la na quantidade suficiente. Boas fontes de vitamina D são ovos e fígado, além da exposição ao sol.

Uma consulta com um nutricionista pode te ajudar a montar o cardápio ideal para seu filho. Juntos, vocês podem encontrar alternativas alimentares para desenvolver uma dieta bem equilibrada e com muito cálcio para garantir ossos fortes! Algumas crianças e adolescentes podem precisar de suplementos de cálcio e vitamina D.

Como substituir o leite para bebês com intolerância à lactose?

O cálcio é necessário para o crescimento e a reparação dos ossos ao longo da vida, assim como pode ajudar a prevenir algumas doenças. Sendo o leite e os seus derivados a maior fonte desse nutriente, o que fazer quando seu filho é intolerante à lactose? Para garantir uma quantidade suficiente de cálcio, você pode: 

  • Escolher leites com baixo teor de lactose ou sem lactose
  • Usar leites vegetais fortificados com cálcio, como o leite de soja, de arroz, de aveia ou de amêndoas, por exemplo. 
  • Oferecer sucos fortificados com cálcio.

O leite materno e as fórmulas infantis também contêm lactose. Se o seu bebê for intolerante à lactose, o pediatra deve recomendar uma fórmula específica para a faixa etária até que ele volte a produzir normalmente a lactase.

Alimentos que crianças com intolerância à lactose devem evitar

Alguns alimentos precisam ser evitados ou ter o consumo reduzido. Além disso, é possível substituí-los por versões sem lactose. São eles: 

  • leite de vaca 
  • iogurtes, queijos, manteiga, requeijão, enfim, todos os derivados do leite
  • receitas à base de leite: bolos, pães, pudins, cremes etc.
  • biscoitos e bolachas com leite na composição

Dicas para ajudar crianças com intolerância à lactose

Sorvetes, um copo de leite quentinho, uma fatia de bolo são alimentos que as crianças normalmente amam. Porém, podem fazer mal para quem tem intolerância à lactose. Então, o que fazer com crianças que não podem consumi-los? Listamos algumas dicas que vão te ajudar nessa jornada:

  • Converse com seu filho: uma boa conversa pode ajudá-lo a entender que ele tem uma restrição alimentar. Explique que mudanças na dieta são necessárias para eliminar os desconfortos, afinal, ele não vai querer se sentir mal sempre que come algo que não deve. Comente também que é uma condição comum e que outras crianças e adultos também estão passando por isso.
  • Invista nas substituições: hoje em dia, é fácil adaptar a dieta. Receitas que levam produtos à base de leite animal entre seus ingredientes, podem ser substituídas por suas versões sem lactose. Também existem os leites vegetais, como o de soja, amêndoas, aveia e arroz, que são boas alternativas para quem não pode consumir lactose.

Como prevenir intolerância à lactose em bebês e crianças?

Em resumo: não existe cura ou prevenção para a intolerância à lactose, assim como não existe um modo de fazer o corpo produzir lactase. No entanto, há maneiras de reduzir os sintomas que causam o desconforto e os efeitos colaterais advindos do consumo de produtos lácteos.

Para isso, são necessárias mudanças alimentares ou mesmo a ingestão da enzima lactase, disponível em comprimidos comprados em farmácias. E lembre-se que o acompanhamento médico é fundamental para que seu filho ingira todos os nutrientes necessários para um bom desenvolvimento.

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