Carregando página NINHO.
A+
A-
Para mães e pais 
em fase de crescimento.

Novidades:

Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Como lidar com perguntas difíceis de crianças?

Ninhos do Brasil NB
ter, 23/11/2021 - 10:30
Um homem de cabelo grisalho, está sentado no chão com um menino, conversando. É uma situação em que comumente é preciso responder perguntas difíceis de crianças.

Você provavelmente já teve de responder a perguntas difíceis de crianças. Seja sobre como os bebês surgem, como o tempo funciona ou por que as pessoas morrem, a curiosidade dos nossos pequenos exploradores não tem fim!

E a língua deles é afiada: se respondemos de qualquer jeito ou ficamos em silêncio, eles rebatem e criam mais perguntas! Mas o que fazer se, às vezes, nem a gente sabe as respostas?

Ficamos em uma encruzilhada, todas as engrenagens do cérebro começam a rodar, tentando criar uma solução para as questões. De vez em quando, damos até aquela espiadinha no Google…
 
O importante é que essa abelhice das crianças é normal e existem estratégias para lidar com ela! Vamos ver?

Por que as crianças perguntam sobre tudo?

Antes de partirmos direto para a solução, que tal entender o que está por trás da questão? É totalmente compreensível que as crianças perguntem muito sobre o mundo à sua volta.

A psicóloga clínica Carla Andrea Rosa explica:

As crianças estão num processo de aprendizagem contínua. Num piscar de olhos, o mundo que era gerido por microinformações passa a ser macro e esse salto faz com que a criança queira desvendar esse lugar que ficou tão grande e cheio de novidades.

A curiosidade e a vontade/necessidade de entender as coisas à sua volta faz com que as perguntas surjam em quantidade avassaladora”.

Naturalmente, elas recorrem aos pais, mães e outros cuidadores para obter as respostas, afinal, elas tendem a achar que a gente sabe de tudo. Só que, no fundo, você ainda está tentando entender como vai lidar com tanto “mas por quê?”, “como?”, e “quando?”.

Então confira as dicas a seguir!

Respondendo perguntas difíceis de crianças 

A assistente administrativa Dayana Pereira já está acostumada com as perguntas difíceis do seu filho Gustavo, de 6 anos. Mas um dia se surpreendeu quando ele perguntou: “Mamãe, nós vamos morrer?”

O assunto, apesar de delicado, não ficou sem resposta. “Eu disse que todas as pessoas irão morrer sim, em um dia que não sabemos quando será”, relembra. 

Responder diretamente, como Dayana fez, é uma ótima estratégia para lidar com as perguntas difíceis das crianças. “Aqui em casa, nenhuma questão que o Gustavo fez ficou sem resposta. Desse jeito, percebemos que ele fica satisfeito e não fala mais no assunto”, conta. 

Às vezes, no entanto, uma resposta direta não convence as crianças. Foi o que aconteceu na casa de Cristiane Cavalcante, quando a filha Maria, de 11 anos, perguntou o porquê de a mãe sangrar todos os meses.

“Geralmente eu respondo de maneira direta as perguntas que ela faz, mas, nesse caso, eu expliquei como funcionava a menstruação”, relembra.

Explicar, de maneira lúdica e simples, é outra estratégia para responder a perguntas difíceis. Principalmente quando as crianças são mais velhas, como no caso de Maria. 

Não responder a perguntas difíceis é uma boa opção?

Cristiane conta que foi a estratégia que adotou quando Maria perguntou como os bebês nasciam. “Mas ela ficou ‘chateada’ e disse que ninguém nunca quer responder isso”, diz a mãe.

Por isso, é mais indicado dar respostas diretas ou usar metáforas na explicação, desde que elas não sejam muito elaboradas ou mentirosas. Afinal, as crianças vão aprender sobre tudo no futuro e podem ficar chateadas quando pensarem que o que os pais ensinaram estava errado. 

A cantora Negra Li contou em texto como lida com as perguntas difíceis dos filhos Sophia (12 anos) e Noah (4 anos). Confira:

E quando você não sabe as respostas das perguntas das crianças?

Não é só a família lida com perguntas difíceis das crianças, mas os professores na escola também. Elaine Duarte, por exemplo, é professora na educação infantil e relembra que, quando um morcego entrou na escola em que dá aula, as crianças começaram a perguntar coisas como:

“Será que esse morcego chupa sangue?”
“Como os morcegos se alimentam?”

Como não sabia responder à maioria delas, a professora teve uma ideia: fazer uma pesquisa com os alunos e tornar o tema um trabalho. “Eu logo falei que a gente ia pesquisar e aí cada um fez perguntas em casa também”, conta.

A surpresa foi boa: os alunos tiveram suas dúvidas respondidas, conforme o projeto sobre os animais avançava. “Acabamos descobrindo várias coisas legais sobre os morcegos e como eles são importantes para o meio ambiente”, diz a professora. 

Mas a ideia da Elaine não precisa ficar restrita à escola. Em casa, quando a criança fizer uma pergunta difícil, para a qual você não tem resposta, que tal tirar um momento para pesquisar em família?

É uma maneira de passar um tempo de qualidade junto às crianças e ainda tirar as dúvidas que elas têm sobre o mundo 💛

6 dicas para lidar com as perguntas difíceis de crianças

Você acabou de ver diferentes reações às perguntas que a meninada costuma fazer. Para a próxima vez que você passar por algo parecido (o que pode ser muito em breve), a psicóloga Carla Andrea Rosa compilou uns conselhos para você.

Olha só:

  1. As crianças, quando perguntam, querem obter uma resposta e elas devem ser dadas de forma simples e clara. Use uma linguagem que seja compatível com a idade cronológica e a maturidade, com palavras que elas já conheçam e evite dar respostas muito longas.
  2. Se você souber a resposta, não espere para explicar para a criança depois. Muitos pais empurram um para o outro por não saberem como se posicionar diante de perguntas que o pegam de surpresa, mas a curiosidade da criança e essa busca por aprendizagem não cessam. Caso não tenham suas dúvidas respondidas, elas tendem a buscar respostas com outras pessoas que podem estar despreparadas e não conduzirão esse momento de descoberta de forma simples e natural.
  3. Para tornar a situação mais fácil, tente pensar em exemplos comuns do cotidiano, contando uma história. Se precisar de formas mais didáticas, use recursos lúdicos como fantoches, massas de modelar, desenhos etc. 
  4. Olhe para a criança e dê atenção a ela, na hora de respondê-la. Evite dar respostas enquanto faz outra coisa.
  5. Não responda em momentos de raiva e não diga para a criança que ela “pergunta demais” ou coisas nesse sentido. Elas podem afetar a autoconfiança do seu menino ou menina.
  6. Quando você não souber o que responder, diga que vai conversar sobre o assunto mais tarde – e realmente o faça. Você pode procurar maneiras para abordar o assunto, como com filmes, por exemplo. Outra opção é conversar com alguém que possa trazer mais informações sobre o assunto, como uma tia, tio, madrinha, amigos etc.

Outro tópico de perguntas que causa embaraço a muitos pais e mães diz respeito à sexualidade. Apesar de difícil, esse é um tema extremamente importante para debater em família – e também na escola. Isso deve ser feito com naturalidade, sem erotização e com vocabulário adequado à idade e às dúvidas apresentadas.

Isso é fundamental para promover uma educação sexual saudável para o futuro e para a prevenção do assédio e abuso sexual infantil. Leia mais sobre o assunto aqui:

Tags deste conteúdo
X