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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Como falar sobre a guerra com as crianças?

Ninhos do Brasil NB
sex, 01/04/2022 - 10:30
criança deitada em um tapete perto de um sofá em um ambiente fechado

Não é preciso estar perto para sentir, de alguma forma, o impacto das guerras que ocorrem no mundo. Com o atual conflito entre Rússia e Ucrânia, o assunto ficou mais evidente: está nos jornais, nas conversas de adultos… e acaba chegando às crianças, gerando dúvidas e medos.

Afinal de contas, as notícias vão contra tudo o que falamos em casa, sobre a importância da paz e do diálogo. Como explicar, então, que mundo afora, autoridades ainda optem pela guerra?

Sabemos que não é simples, mas, quando as crianças manifestam interesse, fica difícil fugir do assunto.

Como a guerra nos afeta

Para além do impacto em questões econômicas e geopolíticas – sobre as quais não há consenso nem entre especialistas – pesa, sobretudo, a questão humanitária.

Como mães e pais, é quase impossível não se comover com as histórias de famílias que precisam largar tudo o que têm para fugir do horror da guerra. Mesmo que um oceano nos separe delas.

A distância nos permite dosar o quanto queremos receber de informação sobre o conflito. E uma das dicas de especialistas, como veremos ao fim do texto, é justamente evitar o excesso de exposição ao tema (e isso vale também para adultos).

Como a guerra afeta as crianças?

À medida em que acompanhamos e conversamos sobre as notícias em casa, é natural que as crianças demonstrem interesse sobre o assunto, perguntando sobre os motivos ou manifestando medo de que algo parecido aconteça com elas.

Nem todas as crianças vão se sentir afetadas pela informação de guerra. Essa não reação também é natural, e não se deve forçar que elas pensem sobre esse assunto na infância. Às vezes, por não diferenciar essa realidade da ficção (já que é algo que acontece na televisão) ou por não se sentir parte da situação. Está tudo bem.

Porém, não se deve subestimar a capacidade de absorção da criança. Mesmo que não expressem verbalmente, elas podem apresentar mudanças de comportamentos, como apego excessivo, medo de distanciamentos ou até maior agressividade. Por isso, é importante observar e entender o quanto ela ouviu ou viu sobre a guerra e como se sente em relação a isso.

O que e como falar com as crianças sobre a guerra e a violência?

Em vez de negar a realidade, é importante apresentar a esperança aos nossos filhos. Nesse sentido, reunimos algumas dicas de psicólogos para abordar o tema da guerra e da violência com a crianças:

  1. Não forçar a exposição ao tema. Especialmente entre crianças com menos de 7 anos. Mas, caso a criança manifeste interesse, mostre-se aberto à conversa.
  2. Evitar a exposição de imagens de violência. É um hábito comum em algumas casas deixar a televisão ligada em noticiários sem que se esteja prestando atenção no conteúdo. Muitas vezes os adultos nem se dão conta de que as crianças estão sendo expostas a imagens violentas. O ideal seria consumir esse tipo de informação em momentos onde apenas adultos estão presentes. Caso ela já tenha sido exposta, converse com ela sobre o assunto, entenda o que ela sabe e o que sente diante das cenas.
  3. Deixar que as perguntas da criança guiem a conversa. Responda com honestidade, mas sem detalhes e com linguagem apropriada à idade da criança. Não há problemas em dizer que você também não sabe ou que tem certas imagens e informações que ela não está preparada para entender.
  4. Falar sobre seus sentimentos, mas não impor que a criança sinta o mesmo.
  5. Reforçar que o ideal é que as guerras não acontecessem. Destacar a importância do diálogo e dos acordos nas relações.
  6. Manter a rotina normal e passar segurança. A criança precisa sentir que a família está protegida – que os pais estão cuidando para que nada de ruim aconteça.
  7. Destacar a esperança e a solidariedade. Lembrar à criança que existem organizações e pessoas empenhadas em acabar com a guerra e em ajudar as pessoas.
  8. Apoiar refugiados. Além de efetivamente ajudar as pessoas a recuperarem a esperança, uma doação ou trabalho voluntário ajuda a reduzir nossa sensação de impotência diante da guerra.

Vale lembrar que o Brasil acolhe mais de 57 mil pessoas refugiadas de países em situação de guerra ou de violações de direitos humanos. Pessoas vindas da Venezuela, Síria, Congo, Haiti, Afeganistão, Cuba, e agora da Ucrânia, entre outros países, buscam aqui uma nova chance de recomeçar.

É importante combater qualquer tipo de preconceito e xenofobia.

Muitos desses refugiados trazem um pouco do seu país de origem para cá e fazem disso seu novo meio de subsistência: artesanato, culinária, ritmos, idiomas. Contratar seus serviços ou consumir seus produtos é dar a eles uma chance de recomeço financeiro. Buscar conhecer e conversar com essas pessoas é demonstrar acolhimento. Além, é claro, de ser uma oportunidade para vivenciar novas culturas, e pôr em prática o respeito e a diversidade.

Assim, mostramos aos nossos filhos que há esperança, e que cada um de nós pode tornar esse mundo um pouco melhor.

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