Carregando página NINHO.
A+
A-
Para mães e pais 
em fase de crescimento.

Novidades:

Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Avós: você sabe qual é a importância deles na vida dos netos?

Ninhos do Brasil NB
ter, 01/02/2022 - 10:30
Avô e neta sorrindo abraçados em um sofá.

Cada avô e avó tem seu estilo: uns já velhinhos, outros mais joviais, alguns cheios de afetos, outros mais calados. De longe ou de perto, todos têm muito a somar na criação dos netos. Além de ajudar mães e pais e transmitir conhecimento entre gerações, essa relação cria memórias que ficam para sempre.

Essas premissas estão presentes no livro infantil “Os avós são para sempre”, escrito pelo jornalista Daniel Cassol, pai da Helena, 6 anos, e do Santiago, de 2.

Lá estão retratados vários tipos de avós: os das lembranças de infância do autor, os avós dos seus filhos, alguns pescados entre amigos e outros conhecidos do público. Em vários casos, e cada um à sua maneira, o autor viu o quanto os avós estavam prontos a ajudar nas mais diferentes situações.

“O livro nasceu dessa reflexão sobre como os avós são para sempre, para todas as horas. Mas também como uma resposta às situações que estávamos vivenciando com nossa filha, naquela fase de língua solta, que acabava muitas vezes falando algo não muito adequado sobre, por exemplo, o avô mais velho andar muito em câmera lenta. Então a ideia do livro surgiu dessas duas questões: homenagear os avós e falar sobre respeito à diversidade, sobre empatia.”

Avós para o que der e vier

Quando moram perto, os avós são uma das principais redes de apoio para mães e pais no cuidado com as crianças. É para a casa da avó que elas vão quando não têm aula, no fim de semana, ou sempre que precisar. 

Cassol e a esposa Naiani não têm essa rede no dia a dia, já que moram a sete horas de distância dos próprios pais. Mas sabem que podem sempre contar com eles. 

Com a pandemia, isso ficou ainda mais evidente. Depois de uma quarentena rigorosa, a família foi para a cidade dos avós, com quem ficou isolada por cinco meses. Foi o período em que as melhores experiências e brincadeiras foram vividas e o livro foi escrito. 

“É legal ver que minha filha de 6 anos gosta muito de estar com seus avós, que estão sempre dispostos a brincar e inventar alguma coisa. E que o menor, de 2 anos, disse ‘vovô’ e ‘vovó’ como umas de suas primeiras palavras”, comenta o autor.

O papel dos avós na educação dos netos

Além de ser uma importante rede de apoio para pais e mães, a relação de avós e netos têm benefícios para todos. Confira quatro vantagens para as crianças:

1. Transmissão de conhecimento, cultura e histórias da família entre gerações
2. Percepção da diversidade de hábitos e costumes entre gerações
3. Construção da identidade e noção de pertencimento 
4. Empatia e respeito para com os idosos 

Avós que desautorizam os pais: como impor limites na relação?

A imagem de “casa de vó” é quase unânime: é onde costuma ter mais doces, menos regras e horários e mais brincadeiras. E muitas vezes isso entra em conflito com os princípios de criação que os pais seguem. Faz parte do conflito geracional. Mas como lidar com essas diferenças?

“A gente teve esse tipo de problema logo que a Helena nasceu, acredito que pelo fato de que tudo era uma novidade para todos os lados desse embate de ideias. Em geral, a gente conseguiu demarcar bem quais eram nossas opiniões sobre as situações que apareciam e, do lado dos avós, acredito que houve uma compreensão de não avançar muito o sinal. 

Mesmo assim, alguns atritos chegaram a acontecer provocados pela necessidade de palpitar, por um lado, e pela intolerância – talvez exagerada – de ouvir os palpites, do outro lado.

Com o Santiago, que está com 2 anos, a coisa já flui muito mais tranquilamente, e acredito que isso se deva ao fato de que ambos os lados relaxaram e viram que, muitas vezes, não vale a pena comprar briga”, explica Cassol. 

Com os dois lados cedendo e tentando compreender um ao outro, é possível perceber essas diferenças como parte da vida em família. 

Faz parte desse processo olhar com empatia para os próprios avós e o que essa experiência representa na vida deles. Você já parou para pensar no que representa ver seu filho tornar-se pai ou mãe? 

Tornar-se avó: depoimento da mãe de duas mães

“Eu me emocionei mais com o nascimento dos netos do que com o nascimento das minhas filhas. Não sei explicar, talvez tenha a ver com maturidade, mas a sensação era de que aqueles bebês eram meus também, e eu tinha que cuidar deles, protegê-los e ajudar as minhas filhas, agora mães”. Rosane Padilha, 61 anos, mãe da Paula, 42 anos e da Carine, 39, e avó da Mariana. 11 anos e do Antônio, 6. 

A declaração de Rosane tem um tom quase de confissão e autoanálise. No mesmo ano em que virou avó pela primeira vez, ela se aposentou do trabalho como professora. Era a oportunidade de viver plenamente o crescimento daquela nova vida.

"É como uma nova chance de cuidar, agora com mais maturidade, e fazer coisas que eu não consegui fazer com minhas filhas. Ao mesmo tempo, é uma urgência em ajudar essas filhas, tornar a maternidade menos trabalhosa para elas. Era uma forma de protegê-las também”, explica.

“Não é fácil ser uma avó consciente”

“Não é fácil apoiar e ajudar os filhos sem oprimi-los, e é preciso levar em conta que eles têm o direito de cometer seus próprios erros para aprender. Assim, a arte de ser avós consiste, antes de tudo, na arte de ser pais de filhos adultos, o que requer um delicado equilíbrio entre estar disponível quando necessário e não ser invasivo. Pois, mesmo depois de serem pais, os filhos precisam de apoio, reconhecimento e até de proteção, ainda que às vezes tenham certa resistência para confessar.”
- Trecho do livro “Na casa dos avós é sempre domingo?”, da psicanalista Lidia Rosenberg Aratangy e do pediatra Leonardo Posternak.

Rosane conta que, com o tempo (e algumas conversas), percebeu que sufocou demais a primeira filha na ânsia de ajudar e estar sempre presente. Quando veio o segundo neto, da segunda filha, que morava em outro estado, Rosane diz que tentou ser mais leve. 

“Tanto a Paula como a Carine impunham limites para minha atuação como avó (parece que o jogo virou, não é mesmo?), tanto para me poupar quanto para descobrirem elas mesmas suas formas de serem mães.

Eu sentia que tinha que ajudar, mas sabia que não poderia interferir demais. Elas não percebiam, mas para mim era sofrido também. Não é fácil ser uma avó consciente. Era bonito ver as filhas querendo aprender a ser mãe, mas difícil vê-las cansadas, dormindo mal e recusando ajuda enquanto o neto chora”, lembra Rosane. 

“No fim, ainda é sobre dar autonomia aos filhos, mesmo depois de adultos. É como ver o filho aprendendo a andar, mas tropeçando, caindo. Agora que eu aprendi a caminhar sozinha, dou a mão por puro prazer”, compara Carine. “Como eu moro longe, vejo a falta que faz esse convívio! Quando visito, não só aceito, como peço ajuda e digo ‘pode estragar, que o neto é teu’”, explica, brincando.

“Eu quero morar com a minha avó e o meu avô!” 

Dia de visita dos netos é uma festa na casa da vó Rosane: banho de mangueira, piscina, bolo, doces, todo o tempo e toda a atenção do mundo. Resultado: a neta Mariana, quando tinha 4 anos, disse para a mãe que ia fazer a mala para morar pra sempre na casa dos avós. 

A mãe explicou todos os motivos pelos quais isso não era possível. Outro dia, Mariana falou para a avó no telefone. “Vó, se você é mãe da minha mãe, ela precisa te obedecer, não é? Fala pra ela que é para eu morar aí”.

Hoje as histórias viraram anedotas da família. A própria Rosane explicou que ela e o marido não teriam energia para ser aqueles superavós se fosse o tempo todo. “Eu ficava exausta! Feliz, mas exausta”, ri.

Hoje, quando os netos estão em casa, as brincadeiras ficam mais por conta do avô. “Eu queria brincar mais, mas acabo envolvida em oferecer tanta coisa pra eles, é meu jeito. E hoje percebo que tem muito a ver com as lembranças que tenho das minhas avós, que faziam comidas incríveis”. 

Cada avô e cada avó é de um jeito, né? É como no livro que falamos no início! Aliás, o livro “Os avós são para sempre” ganhou uma versão animada no YouTube.

Confira aqui!

E cada um tem uma importância enorme! Por isso, mesmo que os avós não estejam mais aqui, vale contar histórias sobre eles, mostrar fotos. Isso ajuda a criança a entender a família, a hereditariedade e a própria identidade. 


Como é a relação entre avós e netos na sua família? Conte sua história na nossa Rede de Carinho.

Tags deste conteúdo
X