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Como educar crianças para incluir colegas com deficiência

Monique Gonçalves MG
sex, 26/08/2022 - 10:00
uma criança sorrindo brinca com o violão, ao fundo uma turma de colegas e a professora em sala de aula.

A primeira coisa que precisamos pensar é: somos todos diferentes.

O discurso de que “somos todos iguais” faz com que as pessoas tenham como base um “perfeito idealizado”. Mas, na maioria das vezes, as crianças atípicas não se encaixam nessa ideia do que é “perfeito”.

Ao contrário do que muitos pensam, educação inclusiva não começa na escola, mas em casa. É na base familiar, que ensinamos o respeito às diferenças. Por muito tempo, achava-se que dizer que o outro é diferente, era uma ofensa, criando-se uma ilusão de que todos são iguais.

Para aprender a conviver, a criança precisa conhecer

Costumo dizer que crianças agem naturalmente diante das questões da vida, o adulto é que muitas vezes dificulta os processos. E, para falar de inclusão, precisamos de fato vivenciá-la.

Vamos compreender através de alguns exemplos básicos: quantas bonecas nossos filhos têm que usam cadeiras de rodas? Quantos desenhos ou filmes nossos filhos assistem em que podem se familiarizar com pessoas que tenham algum tipo de deficiência? Quantas vezes proporcionamos aos nossos filhos momentos para conviverem de perto com a inclusão, através de programas sociais, museus e tantas outras oportunidades? 

Isso muitas vezes não acontece devido ao medo do desconhecido. Precisamos dar voz às diferenças e conhecê-las, para então conviver com elas.

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Ensinando crianças a incluírem colegas com deficiência

Sabendo de tudo isso, então, como ensinar as crianças a incluírem os colegas com deficiência? E a resposta é mais simples do que parece: incluindo esses amigos no seu cotidiano. Permitir que eles convivam juntos, chamar o amigo que tem TDAH para um piquenique, a colega com autismo para a festinha de aniversário, sugerir que se escolha o colega com deficiência intelectual para ser sua dupla na escola. 

Crianças são seres ensináveis, aptas a aprenderem o que lhes for proposto. A verdade é que devemos ensinar nossas crianças a tratarem todos de forma igual: com respeito e carinho. 

Podemos ensinar que todas as crianças gostam de brincar, passear, conversar, de ter amigos...

A comunicação dos colegas com deficiência nem sempre é verbal

E, por falar em comunicação, é muito importante ensinarmos que as pessoas se comunicam também de maneira diferente. 

A “fala na oralidade” não é a única maneira de se comunicar. Existem crianças que se comunicam através dos olhos, do abraço forte ou de diversas outras formas alternativas… Afinal, comunicação tem a ver com o contato que o outro quer fazer com a gente – e isso pode ser feito de formas diferentes.

O papel do professor na inclusão de crianças com deficiência na escola

Numa sala de aula, a inclusão começa a partir do momento em que o professor conversa com as crianças sobre a importância do acolhimento àquela criança que chegará. 

Com essa introdução, a criança atípica não será “o peixe fora d’água”, mas será parte da turma, porque inclusão é sobre isso: “fazer parte” e não ser uma “peça à parte”. A simplicidade do falar é o melhor linguajar. Crianças não precisam de palavras difíceis e de nomes científicos, elas precisam aprender a compreender diferenças. 

Educar sobre inclusão de crianças com deficiência é um processo

Eu tive um exemplo recente como este na sala de aula. As crianças precisavam receber um amigo com TDAH, e nos preparamos para isso. Sim, porque precisamos conversar sobre como sermos amigos de colegas atípicos: como podemos construir uma amizade que tenha como base o respeito à neurodiversidade? Conversando com sinceridade, sem fingir que a diferença não existe.

Com certeza, chegará o momento em que seu filho perguntará por que o colega não consegue ficar parado por muito tempo, ou por que outro colega “não fala”. Isso faz parte da curiosidade humana.

O adulto não deve se constranger diante dessas dúvidas, mas aproveitar essas oportunidades para educar as crianças, incentivando a inclusão de colegas atípicos. É isso que fazemos na escola - no caso da criança com TDAH ou em quaisquer outros casos de diferenças -, e é isso que podemos fazer em casa. Não é difícil: é como uma construção. E cada vez que fazemos a nossa parte, colocamos um tijolinho – até que toda a sociedade consiga compreender a importância do respeito às diferenças.

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