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Muitas brincadeiras inclusivas para crianças com deficiência

Ninhos do Brasil NB
qua, 22/12/2021 - 10:30
Uma mulher segura uma criança com deficiência no colo, dentro de uma piscina.

Crianças, com deficiência ou não, amam brincar e precisam disso para se desenvolver. Mas, seja por proteção, desconhecimento ou preconceito, muitas acabam excluídas das brincadeiras. Vamos mudar essa realidade, tornando-a mais inclusiva - e divertida - para todas as crianças?

Segundo a Declaração Universal dos Direitos da Criança, todas as crianças devem ter acesso e desfrutar de jogos e brincadeiras dirigidos para a educação. Através do ato de brincar, elas desenvolvem diversas habilidades sociais, motoras e cognitivas. As crianças com deficiência também brincam - e com isso superam dificuldades!

A legislação brasileira também é bem clara quanto à educação inclusiva: crianças com deficiência devem ser incluídas tanto no estudo quanto no convívio. E as escolas devem ter estrutura e pessoal capacitado para promover a inclusão da forma mais abrangente possível.

Quais são os benefícios das brincadeiras para crianças com deficiência?

As brincadeiras auxiliam o desenvolvimento motor, contribuem para o fortalecimento físico, estimulam a comunicação e promovem o convívio social. 

Brincar é parte importante do desenvolvimento infantil e deve ser incentivado para todas as crianças, deficientes ou não. 

Aquelas que têm algum tipo de deficiência encontram no ato de brincar um importante meio de conquista de autoestima, autonomia e criatividade, além da interação com outras crianças. 

Brincadeiras, desde que adequadas à faixa etária, devem ser incentivadas e celebradas.

18 dicas de brincadeiras inclusivas para criança com deficiência auditiva e visual

Confira, a seguir, uma lista de atividades divertidas e inclusivas para entreter e ajudar no desenvolvimento de crianças com deficiência. 

Brincadeiras inclusivas para criança com deficiência auditiva

As crianças surdas ou com deficiência auditiva podem brincar de tudo! Pega-pega, amarelinha e queimada são exemplos de sucesso entre a criançada. Em alguns casos, é necessário adaptar a comunicação. 

  • O mestre mandou: brincadeiras como essa, que seguem comando de voz, podem contar com plaquinhas com as orientações por escrito ou por gestual.
  • Pular corda: ajuda a desenvolver o equilíbrio corporal, níveis de vibração e ritmo dos movimentos.
  • Quebra-cabeças e blocos de montar: dá pra brincar individualmente ou em grupo, fortalecendo a concentração e a cooperação de todos. 

Brincadeiras inclusivas para criança com deficiência visual

Para que as crianças com deficiência visual brinquem junto com as demais, pode-se fazer algumas adaptações de acessibilidade. Assim, todo mundo se diverte junto! Confira exemplos:

  • Esconde-esconde sonoro: é semelhante ao esconde-esconde normal, mas com cada criança que vai se esconder usando um brinquedo que emita sons. Pode ser um chocalho, um guizo, um apito ou um brinquedo eletrônico. Quem procura deve se guiar pelos sons. Como forma de estimular a empatia, pode-se combinar também que todas as crianças usem uma venda na hora de procurar os amigos.
  • Futebol adaptado: trocando a bola comum por uma com guizos, que emite um som ao se mover, as crianças cegas podem participar da brincadeira. Uma opção é a modalidade de dois times (nesse caso, os goleiros precisam emitir sons, para orientar os chutes). Também é possível brincar de troca de passes, com as crianças formando uma roda, peça que elas passem a bola aos amigos usando os pés.
  • O que é, o que é? Entregue objetos às crianças vendadas (vai uma de cada vez) e peça que adivinhem o que é, usando outros sentidos que não a visão para explorar.

 Respeito e diversão são a principal regra nas brincadeiras inclusivas

Brincar é bom demais, não é? E, além disso, fundamental para o desenvolvimento infantil. E as crianças com deficiência podem ser incluídas no mundo mágico das brincadeiras desde muito cedo. 

Por exemplo, o pequeno Bernardo, que tem síndrome de down, aos 4 meses de idade já tem uma rotina semanal de atividades e manifesta suas preferências:

“Ele gosta de chocalhos e também brinquedos que tenham luz. Já rola e pega os brinquedos que deixamos perto. Agora, ele gosta de ficar na cadeirinha bumbo, que usamos para que ele fortaleça o tônus muscular do tronco e aprenda a sentar”, conta sua mãe, Audri da Silva.

Seguir brincando e se divertindo ao longo de toda a infância é fundamental para que todas as crianças sejam incluídas. Por isso, trouxemos dicas para facilitar a implementação de brincadeiras acessíveis e inclusivas:

  • Respeite o tempo de cada um 
  • Respeite o ritmo de aprendizagem da criança
  • Pergunte diretamente à criança se ela precisa de ajuda
  • Respeite se ela não aceitar a ajuda
  • Trate-a conforme a idade dela
  • Nunca subestime as capacidades da criança
  • Pergunte à família se a criança tem alguma restrição para brincadeiras 

Brincadeira segura para crianças com deficiência: o que prestar atenção na hora de brincar?

Os cuidados com segurança sempre são necessários quando as crianças estão brincando, tenham elas deficiência ou não. Elencamos alguns pontos importantes a ficar de olho para garantir que, além de saudável e divertida, a brincadeira seja segura:

  • Se a dinâmica precisar do uso de tesouras, elas devem ser de ponta arredondada
  • Preste atenção a peças pequenas ou ímãs que possam se soltar dos brinquedos
  • Sempre olhe ao redor do lugar que a brincadeira será realizada. Veja se não há nada que pode causar um acidente, como pregos, vidro ou objetos pontiagudos
  • É sempre importante que haja um adulto responsável acompanhando a brincadeira
  • Dê preferência para locais acessíveis, com pisos regulares, rampas de acesso e antiderrapante

Como tornar os brinquedos mais acessíveis para a criança com deficiência?

Não há como desassociar brincadeiras de brinquedos. Crianças amam brinquedos e eles são parte significativa da vivência e da socialização infantil. Por isso, é importante pensar também em como eles podem ser mais acessíveis e inclusivos.

O projeto Incluir Brincando, da Vila Sésamo em parceria com a Unicef, criou um guia com dicas e sugestões de brincadeiras acessíveis. Reunimos algumas sugestões aqui:

Brincadeiras que exploram os sentidos

Adivinhar objetos pela cor, textura, tamanho, cheiro ou barulho é um ótimo exercício para crianças com ou sem deficiência. Da mesma forma, explorar diferentes tipos de comunicação, como desenhos e mímicas, com placas e sinalizações, é diversão garantida para a criançada. Além de prepará-las para lidar com interações em outros momentos da vida. 

Cores

Brinquedos com cores chamativas são extremamente estimulantes para qualquer criança. Mas, quando falamos sobre acessibilidade, os brinquedos que apresentam cores com maior saturação e contraste facilitam a visualização daqueles que têm baixa visão. 

Brinquedos com som

Além das cores vibrantes, um guizo torna a brincadeira com bola também sonora e acessível àqueles que têm baixa visão. 

Brinquedos com palavras

Brinquedos com palavras escritas facilitam muito os processos cognitivos de associação e alfabetização. No entanto, quando o assunto é inclusão e acessibilidade, é muito importante que essas palavras também estejam escritas em braile. Brincadeiras de associação de palavras como essa podem ser também uma ótima oportunidade para introduzir o aprendizado de libras!

Os desafios da inclusão para a criança com deficiência

Boa parte das inseguranças que pais e pedagogos têm para incluir crianças com deficiência parte do desconhecimento de como incluí-las da melhor forma. Esse receio é natural, mas, com boa vontade e buscando formas de acessibilidade, as brincadeiras e o convívio se tornam cada vez mais naturais. 

O professor de Educação Física Libório Pedro Janssen Daniele lembra que qualquer atividade ou esporte pode ser adaptado para incluir as crianças com deficiência. E dá sua receita para tornar essa inclusão mais efetiva:

“O professor consegue dar uma aula boa, inclusiva, quando olha a criança pelas suas potencialidades e não pelas limitações. Acho que essa é a diferença entre dar uma aula inclusiva ou não”.

Claro que essa inclusão nem sempre acontece de súbito, é um processo que precisa ser construído diariamente. Essa é uma tarefa que Fernanda Maysonnave de Oliveira, mãe de Miguel, 2 anos e 7 meses, decidiu abraçar para ajudar na adaptação do filho ao mundo.

“A gente está trabalhando bastante a questão da inclusão na escola. Como o Miguel é autista, ele não tem muito interesse pelos colegas, e os colegas acabam também não tendo muito interesse nele. Então, a gente acaba criando materiais, palestras, formas de explicar para as crianças a diversidade. Então isso está sendo trabalhado na escola agora, para que a gente consiga fazer com que ele interaja mais com os colegas. Não é uma interação típica, ela não acontece tão naturalmente quanto as das crianças típicas, mas, devagarinho, ela vai acontecendo, gradualmente”, diz ela. 

Inclusão tem a ver com aceitação, tolerância, compreensão e reconhecimento do outro como diferente, mas igual em dignidade e direitos. E isso também se aprende brincando!

E aí, se animou e está a fim de conhecer novas brincadeiras para apresentar a crianças de todas as idades? Com criatividade, é possível adaptar para que todos possam se divertir. 

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