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Alergia alimentar infantil: conheça sintomas e tratamentos

Ninhos do Brasil NB
seg, 26/07/2021 - 10:30
Foto de uma criança com alergia alimentar. Em destaque, está a bochecha do garoto com marcas bem vermelhas e irritação de pele..

Sabe aquela comida que simplesmente não cai bem no nosso estômago? Esse também é um problema para as crianças, e pode ser um sinal de alergia alimentar infantil. Os sintomas dessa condição variam e são muitas vezes confundidos com incômodos isolados. Afinal, como podemos perceber sinais de que algo na alimentação está errado?

Inicialmente, os sintomas podem passar sem alarde. Lucas e Clarissa não desconfiavam de alergia alimentar. Pais de primeira viagem, achavam que era coisa normal de bebê aquele cocô sempre pastoso, a irritabilidade da Maria Rosa e as assaduras constantes. O muco nasal, também insistente, era atribuído ao clima instável no Rio Grande do Sul. 

Mas, pouco antes da filha Maria Rosa completar dois anos, veio o diagnóstico: alergia alimentar. Junto da revelação, algumas mudanças na rotina foram necessárias. A seguir, você conhece a história dessa família e entende mais sobre os diferentes tipos de alergia a alimentos.

Descobrindo a alergia alimentar 

Quem alertou os pais foi a educadora da escolinha, ela também mãe de uma criança alérgica, que apresentava os mesmos sintomas.
Lucas e Clarissa levaram Maria Rosa a uma médica gastroenterologista pediátrica. Depois de muitas perguntas, testes e novas consultas, o diagnóstico: alergia à proteína do leite e da soja.

A sensibilidade da menina se manifestava a qualquer traço de contaminação cruzada (contato indireto a partir de utensílios de cozinha). “Ela tinha que ter seus próprios talheres, até a esponja de lavar louça era separada. A gente se viu tendo que cozinhar de uma forma muito diferente”, conta Lucas.

Lidando com a alergia alimentar em casa

Ler ingredientes com atenção, contatar fabricantes, preparar marmitinhas especiais para cada refeição fora de casa se tornou parte da rotina da família. Retirando traços desses ingredientes da alimentação, Rosa ficou muito mais calma, com fezes normais e sem muco. Valia o esforço e mesmo aguentava os olhos virados de quem não entendia a situação ou achava “frescura”.

Hoje com sete anos de idade, quando ocorre algum contato indireto com derivados de leite ou de soja, os efeitos costumam ser mais leves do que no início, mas ainda ocorrem. Na última Páscoa, o pai comprou biscoitinhos de uma loja de produtos especiais. Lendo os ingredientes estava tudo certo, mas causou uma diarreia forte na menina. "Entrei em contato com a empresa, me passaram a marca de cada ingrediente. O óleo de girassol era de um fabricante em que há contaminação cruzada com o de soja”, lembra Lucas.

“Hoje ela tira de letra, e a gente também já encara de forma mais leve. Ela está consciente, mas como era uma situação especial, tinha o coelhinho, acaba tendo expectativas”, explica o pai.

Lucas Luz, Clarissa Hassdenteufel e Maria Rosa não estão sozinhos nessa. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), estima-se que o problema atinja de 6 a 8% das crianças no mundo.

Entre os adultos, o número é menor: em torno de 2 a 3%. Mas, muitas vezes, a alergia dos pequenos acaba tendo que modificar os hábitos alimentares da família toda – principalmente das mães que amamentam.

Nem sempre é fácil identificar o causador da alergia alimentar, já que ela pode se manifestar de diferentes formas. Vamos entender um pouco mais? Neste texto, você vai ver:

  • O que é alergia alimentar infantil?
  • Alergia alimentar infantil: sintoma
  • O que é APLV – alergia à proteína do leite da vaca
  • Quais são os tipos de alergia alimentar infantil?
  • Alergia alimentar infantil: como é feito o diagnóstico?
  • Quais são os maiores alimentos causadores da alergia alimentar infantil? 
  • Alergia alimentar infantil demora quanto tempo para sumir?
  • Como saber se a criança tem alergia a algum alimento?
  • Como tratar a alergia alimentar infantil?

O que é alergia alimentar infantil?

A alergia alimentar infantil, assim como qualquer alergia alimentar, é uma reação que ocorre quando o sistema imunológico percebe alguma substância do alimento como um agente estranho e passa a atacá-lo como inimigo.

Entre os adultos, os alimentos mais identificados como alérgicos são amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar.

Alergia alimentar infantil: sintomas

Existem algumas reações alérgicas que provocam sintomas leves, como uma simples coceira nos lábios, enquanto outras mais graves podem atacar diversos órgãos.

Dessa forma, os sintomas mais comuns da alergia alimentar infantil são:

  • Na pele: lesões avermelhadas, inchaço, coceira, eczemas (inflamações na pele com formação de bolhas e feridas).
  • No aparelho gastrointestinal: diarreia, dor abdominal e vômitos. Nas crianças pequenas, podem ocorrer assaduras persistentes e perda de sangue nas fezes, o que pode levar à anemia e ao atraso do crescimento.
  • No aparelho respiratório: coceira e sensação de garganta fechando. Além disso, também há a presença de tosse seca irritativa, sensação de aperto torácico, crises de espirro e intensa congestão nasal.

Cuidado com a anafilaxia

Esse sintoma de alergia alimentar infantil é mais grave do que os demais. A anafilaxia é uma reação súbita envolvendo vários órgãos ao mesmo tempo, podendo causar:

  • coceira generalizada
  • inchaços
  • tosse
  • rouquidão
  • diarreia
  • dor de barriga
  • vômitos
  • aperto no peito com queda de pressão arterial
  • arritmia cardíaca
  • colapso vascular ou choque anafilático

Quando há esse conjunto de sintomas é urgente buscar socorro hospitalar imediato por haver risco de morte.

O que é APLV – alergia à proteína do leite da vaca

A alergia a leite é o tipo de alergia mais comum entre as crianças, especialmente entre o primeiro e o terceiro ano de vida. Não confunda intolerância à lactose com alergia ao leite:

A intolerância à lactose é a dificuldade de digerir esse açúcar natural do leite e um desconforto abdominal que pode ser resolvido com produtos das linhas zero lactose.

Já a APLV é a reação do sistema imunológico às proteínas do leite, principalmente à caseína e às proteínas do soro. Nesses casos, o leite de vaca precisa ser retirado da dieta.

Dessa forma, os sintomas de APLV são os mesmos das outras alergias alimentares. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) , predominam relatos de vômitos, diarreia e má absorção dos nutrientes, que pode resultar em retardo do crescimento e/ou sangue nas fezes. Irritabilidade, cólica, choro intenso e recusa alimentar também podem ser percebidos.

Mas, se a alergia ao leite não for um problema para seu filho, pode oferecer a bebida sem medo.

Quais são os tipos de alergia alimentar infantil?

Alergias alimentares são ocasionadas quando a criança ingere um alimento e o corpo passa a produzir anticorpos para proteínas contidas neste alimento. Uma reação alérgica grave, com dificuldade de respirar, com risco de choque anafilático ou consequências mais graves são raras. 

Felizmente, a maioria das reações alérgicas é mais leve, com sintomas que podem incluir urticária e outras erupções cutâneas, manchas vermelhas, diarreia, vômitos, coriza e chiado no peito. Aqui é importante conversar com o pediatra e não confundir alergias alimentares, que podem ser um quadro momentâneo com intolerâncias que, em geral, precisam de tratamento ao longo da vida.

Alergia alimentar infantil: como é feito o diagnóstico?

Assim como em casos de APLV, o médico poderá sugerir o teste de provocação oral, bastante importante para confirmar o diagnóstico.

O procedimento deve ser realizado na presença do médico, em ambiente hospitalar ou ambulatorial. Assim, se a criança apresentar alguma reação, poderá ser imediatamente medicada. Além disso, apenas o profissional de saúde sabe identificar adequadamente os sintomas. A internet tem muitas informações ricas, mas o pediatra deve ser acionado.

Os sintomas de alergia alimentar podem surgir poucos minutos até algumas horas do contato com a proteína alergênica, podendo ser notados sinais e sintomas que envolvem a pele, sistema digestivo e, em alguns casos, sistema respiratório. Para qualquer um desses casos, o médico deve ser procurado e o teste realizado. Listamos alguns sintomas que podem indicar alergia alimentar: 

  • Manchas avermelhadas, inchadas e espalhadas pelo corpo
  • Coceira generalizada
  • Vômitos e diarreia
  • Diarreia
  • Pode haver sangue ou muco nas fezes, em alguns casos
  • Inchaço da língua, lábios e rosto
  • Tosse e chiado ao respirar
  • Dificuldade para respirar
  • Olhos inchados

Exame de alergia alimentar infantil

Não tem jeito, provavelmente sua criança terá de passar pelo exame de teste de provocação. Ele é, majoritariamente, utilizado em alergia ao leite, mas serve para outros grupos de alimentos. 

Durante o exame, o alimento é introduzido em pequenas doses, com aumento progressivo no volume. Esse mesmo teste de provocação oral é feito após um tempo de tratamento para verificar se a criança já se curou da alergia. Quando a inserção deste alimento na dieta não causa reação, é sinal de que a cura aconteceu.

Por isso mesmo, a participação dos pais e cuidadores é fundamental, pois a criança também precisa ser observada em casa, no dia a dia.

Além do teste de provocação, poderá ser realizado o exame cutâneo (prick teste). Nesse sentido, é feito expondo a pele ao possível agente alergênico. Ele é indolor, podendo causar apenas uma coceira e uma pápula (inchaço e vermelhidão no local do teste em caso positivo).
Os exames de sangue indicam a presença de anticorpos IgE que desencadeiam a alergia.

Especialista em alergia alimentar infantil: como se preparar para a consulta?

Uma vez cientes de que intolerância alimentar e alergia alimentar são problemas diferentes, o diagnóstico de alergia alimentar vai depender do histórico clínico da criança, realizado após prévios exames físicos, cutâneos e hemograma completos. Estes exames devem estar associados a dados de exame físico, que podem ser complementados por testes cutâneos e hemograma completo. 

Na hora da consulta, é fundamental que os pais e as crianças tenham anotado todos os detalhes do histórico clínico da ingestão de alimentos. Desde o que foi ingerido rotineiramente até aqueles que as crianças comem esporadicamente. Daí, então, o médico pode correlacionar o surgimento dos sintomas com a ingestão de determinado alimento, como o corante, por exemplo. 

Outro fator importante na consulta é o teste de provocação oral.

Quais são os maiores alimentos causadores de alergia alimentar infantil?

Entre as crianças, os alimentos mais causadores de alergia alimentar são leite de vaca, nozes, mariscos, clara de ovo, amendoim, trigo e soja. Mas a boa notícia é que a maioria delas é transitória: menos de 10% dos casos de alergia alimentar persistem até a vida adulta.

Alergia alimentar infantil demora quanto tempo para sumir?

Os sintomas da alergia alimentar costumam apresentar reações instantâneas nas formas imediatas. Pode se manifestar até uma ou duas horas depois da ingestão do alimento, mas em alguns casos em questão de minutos, e ter evolução bastante acelerada – em pouco tempo os sintomas podem evoluir para a insuficiência respiratória e reações alérgicas mais graves. Nesses casos, procurar a emergência de um hospital é fundamental.
Em geral, o quadro melhora entre uma semana e dez dias.

Como prevenir alergia alimentar infantil?

A forma mais eficaz de evitar episódios de alergia alimentar é seguindo as orientações do pediatra sobre a alimentação do bebê, que deve ser exclusivamente leite materno ou fórmula infantil adequada até os 6 meses, podendo ser iniciada a introdução alimentar a partir dessa idade.

Além disso, é importante que o alimento responsável pela alergia seja identificado, pois assim é possível evitar o consumo desse alimento tanto pela mãe quanto pelo bebê, caso já tenha iniciado a introdução alimentar, e, assim, evitar os sintomas de alergia.

Assim que a família souber o que é o alimento causador da alergia, deve-se ter cuidados de higiene redobrados na cozinha para evitar infecção cruzada, por exemplo, com uso de utensílios de cozinha que passaram pelo alimento que causa alergia.

Como saber se a criança tem alergia a algum alimento?

Caso a criança manifeste os sintomas de alergia alimentar infantil, é importante levá-la ao pediatra ou ao médico alergologista. Além de perguntar sobre o histórico de alimentação e sintomas, o profissional pode solicitar alguns testes ou exames.

Uma das formas de diagnosticar o APLV, por exemplo, é retirando o leite da dieta da criança (ou da alimentação da mãe, em caso de aleitamento materno) por um período para verificar se os sintomas desaparecem. Após, o leite de vaca é reinserido, com acompanhamento médico, para confirmar se há relação entre os sintomas e a ingestão de leite.

Além disso, outros testes também podem ser feitos para confirmar o diagnóstico.

  • O exame cutâneo (prick teste) é feito expondo a pele ao possível agente alergênico. Ele é indolor, podendo causar apenas uma coceira e uma pápula (inchaço e vermelhidão) no local do teste em caso positivo.
  • Os exames de sangue indicam a presença de anticorpos IgE que desencadeiam a alergia.

Como tratar a alergia alimentar infantil?

O tratamento da alergia alimentar infantil é feito excluindo o alimento da dieta e prestando muita atenção aos rótulos de alimentos industrializados.

Além disso, é importante ter um acompanhamento médico para suprir eventuais nutrientes por substituição de alimentos ou mesmo fórmulas específicas.
Como a maior parte das alergias alimentares das crianças tende a desaparecer até a adolescência, o médico pode solicitar exames periódicos até decidir pelo teste de reintrodução da substância.

Com alguns cuidados e muito carinho, sua criança (alérgica ou não), poderá crescer com saúde.

Quer conversar mais sobre alergias alimentares? Entre na nossa Rede de Carinho e se conecte com outras famílias passando pela mesma situação.

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