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Brincadeiras indígenas para aprender e se divertir com as crianças

Ninhos do Brasil NB
qua, 08/06/2022 - 10:00
Duas crianças brincam de bola de gude no chão em um círculo desenhado de giz. A foto faz alusão ao tema de brincadeiras indígenas.

Muitos dos jogos que fizeram parte da nossa infância são herança de brincadeiras indígenas. 

Os diferentes povos indígenas do Brasil contribuíram não só para a gastronomia e a língua portuguesa, mas também com costumes, brincadeiras e uma cultura que nem sempre percebemos.

O pião é um desses exemplos: na cultura indígena, ele é um brinquedo feito com uma vareta de bambu fincada em uma fruta ou semente. No jogo, o objetivo é fazer o pião soltar um zunido enquanto roda pela terra.

A peteca, o cabo de guerra e a queimada também entram para a lista das tradições indígenas — e, inclusive, se fazem presentes ainda hoje nas aulas de educação física de muitas escolas!  
Você já percebeu?

Quer saber mais sobre a influência dessa cultura no nosso cotidiano?
Acompanhe! 😊

Quais são as brincadeiras indígenas?

Antes de entender quais são as brincadeiras indígenas, é importante considerar que existem centenas de povos indígenas no Brasil e que cada um tem suas particularidades.

É importante afastar o estereótipo que resume esses costumes a “brincadeira de índio”. Afinal, numa cultura tão vasta, não faz sentido generalizar, não é mesmo? 

Mas, se há uma coisa em comum entre as brincadeiras indígenas, é o brincar livre. 

As atividades são experimentais e promovem uma construção significativa na identidade da criança, conectando-a com seu povo e suas raízes!

Quais brincadeiras populares têm origem indígena?

As brincadeiras indígenas mais comuns envolvem subir em árvores, tomar banhos de rio, mirar com arco e flecha, construir utensílios, brincar com argila, entre outras.

Mas tem muito mais, e que dá pra fazer também em ambiente urbano. Quer ver? Quem nunca participou de alguma destas brincadeiras?

  • Peteca
  • Queimada
  • Bolinha de gude
  • Cabo de guerra
  • Perna de pau

Outras brincadeiras comuns nas aldeias indígenas

Briga de galo – apesar do nome, não envolve nenhum animal! Funciona assim: duas duplas entram na água, como na piscina ou em um rio, por exemplo, e ficam frente a frente. Uma criança sobe no ombro de outra e elas tentam se derrubar. A que cair perde.

Cama de gato – brincadeira feita com cordão ou barbante. Com os dedos, os dois participantes vão passando o fio de um para o outro.

Você já imaginava a origem dessas brincadeiras? Selecione uma ou mais e apresente para as crianças!

Aliás, a literatura também é uma ótima forma de apresentar a cultura indígena para a turma. Confira o que a pequena Heloísa achou do livro “Descobrindo o Xingu”.

Por que ensinar brincadeiras indígenas para as crianças?

Além da diversão, as brincadeiras indígenas também proporcionam aprendizados.

Elas estimulam autonomia, força, estratégia, agilidade, coordenação motora, além de serem tarefas em grupo e ótimas para a socialização.

Ensinar brincadeiras indígenas para as crianças também é uma forma de ajudar a preservar a cultura dos povos nativos do Brasil. 

Existem símbolos e costumes que já têm forte presença no nosso cotidiano: seja na língua, na culinária ou nos hábitos passados há gerações.

Embora esteja presente em diversos pontos do nosso cotidiano, nem sempre a memória da cultura indígena é valorizada. É aí que entram nossos meninos e meninas: eles podem aprender brincando e, assim, reconhecer a importância da diversidade e da luta indígena.

O que as brincadeiras indígenas representam?

As brincadeiras indígenas representam um aprendizado constante, a construção de uma identidade e o reconhecimento de uma tradição.

Elas também significam o fortalecimento de vínculos, já que várias brincadeiras e brinquedos são feitos observando os pais, parentes e outras pessoas da comunidade.

E, por falar nisso, sabia que as brincadeiras indígenas também podem divertir os mais velhos? Adultos também apreciam jogos, danças e atividades.

Como mostra o estudo "Jogos/Brincadeiras indígenas: a memória lúdica de adultos e idosos de dezoito grupos étnicos”, há etnias que valorizam o brincar de boneca mesmo depois da infância, por exemplo.

“Ao brincar, aprende-se a ser Xavante; aprende-se a ser Bororo, aprende-se a ser Tapirapé; aprende-se a ser alguém que se identifica e é identificado por seu grupo. Ser igual e ser diferente do outro". Bacana, né?

3 brincadeiras indígenas: passo a passo

Agora, que tal conferir algumas brincadeiras indígenas para mostrar para a criançada? São todas feitas em grupo e ao ar livre, então preparem-se para se divertir em turma!  

Arranca-mandioca

As crianças Guarani de São Paulo e do Espírito Santo dão esse nome para a brincadeira porque ela lembra o jeito como a mandioca é colhida. Já as Xavante a chamam de “tatu”.

Funciona assim: uma criança abraça o tronco de uma árvore com força, para não soltar. Depois, outras crianças vão se abraçando, uma a uma, por cima da primeira.

 Uma menina de cabelos presos e casaco roxo sorri abraçando uma árvore.

O primeiro passo é escolher o coletor ou coletora de mandioca, que vai, literalmente, puxar uma criança por vez até conseguir chegar na primeira que abraçou o tronco da árvore. Cada “mandioca” puxada deverá ajudar a coletora a soltar mais mandiocas para alcançarem o objetivo.

É uma brincadeira que envolve o contato com a natureza, trabalho em equipe e estratégia e rende muitas risadas.

Gavião e passarinhos

É comum para o povo Kalapalo brincar de Toloi Kunhügü ou, como apresentamos aqui, gavião e passarinhos.

Depois de desenhar uma grande árvore no chão, com um ninho para cada participante, distribua uma criança em cada ninho e escolha uma para ser o gavião.

Os passarinhos devem transitar pelo espaço, mas não podem ser pegos pelo gavião. Os ninhos são os únicos lugares onde o gavião não pode alcançá-los! 

Cada criança que for pega pelo gavião sai da brincadeira, até sobrar somente uma: a vencedora, que será o gavião da próxima partida.

Um jogo para estimular a agilidade e que pode explorar a imaginação da meninada. Que tal estimular a criança a imitar o movimento e os sons produzidos pelos pássaros?

Corrida do Saci 

Popular entre os Kalapalo, do Alto Xingu (Pará), Heiné Kuputisü ou corrida do Saci é uma brincadeira de apostar corrida, mas com um pé só. Quanto maior o espaço, mais a criança pode trabalhar a força e o equilíbrio. 

Coloque todas as crianças atrás de uma linha de largada. Desenhe uma linha de chegada distante e quem for mais longe, vence! Quem colocar os dois pés no chão está fora do jogo.

Brincadeiras indígenas: diversão com respeito

Vale lembrar que citamos muitas atividades lúdicas e divertidas que herdamos dos indígenas. Mas temos que ensinar para as crianças que a cultura dos nossos povos nativos é assunto sério.

É necessário falar para as crianças sobre a importância de conhecer mais sobre os povos indígenas e como respeitá-los.

Uma forma de fazer isso pode ser explicando que eles já viviam em nosso país antes da chegada dos portugueses e que, atualmente, resistem para ter seu modo de vida preservado.

Pode rolar uma pequena aula de história mesmo: conte que o Brasil não foi descoberto, porque já era habitado, e que já tinha um nome: Pindorama. 

Explique que o certo não é falar “índio”, mas indígena. Índio foi o nome dado pelos colonizadores, que acreditavam ter chegado às Índias.

Ensine que adereços, vestes e símbolos sagrados não são fantasias. É interessante mostrar também que os povos originários têm seus próprios saberes e crenças, mas não vivem isolados.

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