Alfabetização em foco: 7 perguntas e respostas sobre o processo
Ah, a alfabetização! Fase em que a criança entra para o mundo fascinante da leitura e da escrita!
Muito além de juntar letras em sílabas, palavras e frases, a alfabetização revela uma nova forma de ser e estar no mundo.
É a partir desse novo conhecimento que a criança conseguirá processar novas informações e exercer o pensamento crítico.
Escola e família precisam andar lado a lado para que a alfabetização seja o mais eficiente e construtiva possível.
Vamos entender mais sobre o assunto?
O que é alfabetização?
De forma resumida, a alfabetização consiste no desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, utilizadas como parte da comunicação do indivíduo com o mundo.
Na vida da criança, é um marco para sua expressão individual e compreensão das inúmeras informações que recebe.
Sendo assim, quanto mais estímulos ligados à leitura a criança recebe, mais chances ela tem de se adaptar rapidamente à alfabetização.
Qual é a diferença de alfabetização e letramento?
Enquanto a alfabetização tem a ver com as competências de leitura e escrita, o letramento está relacionado à capacidade de usar esses conhecimentos em uma dimensão social.
Dessa forma, letramento é como alguém interpreta informações, reflete sobre o que aprendeu, cria opiniões, organiza e comunica seus discursos.
Pode-se dizer que uma pessoa alfabetizada reconhece o alfabeto e o sistema de escrita.
Mas uma pessoa letrada consegue utilizá-los em diversos contextos, como ler uma notícia, fazer um texto argumentativo etc.
Quando se inicia o processo de alfabetização?
O processo de alfabetização costuma acontecer até o final do primeiro ano do Ensino Fundamental. Mas ele não começa de uma hora para outra: inicia ainda em casa e na educação infantil.
Aos poucos, a criança se familiariza com a presença de um código e percebe que os adultos o leem.
Depois, capta as diferenças e semelhanças das palavras e desenvolve habilidades motoras e cognitivas que vão auxiliar na alfabetização em si.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, o acesso ao Ensino Fundamental deve acontecer aos 6 anos de idade. Logo, o Ensino Infantil compreende a faixa etária de 0 a 5 anos. As crianças que completam 6 anos de idade até o dia 31 de março já podem ser matriculadas no primeiro ano do Ensino Fundamental.
Mas, assim como em vários aspectos do desenvolvimento infantil, o início do processo de alfabetização pode variar de uma criança para outra.
Afinal, essa jornada depende dos estímulos culturais que a criança recebe. Geralmente, por volta dos 2 e 3 anos, ela já convive com sons, cores, letras, sílabas e histórias.
Lá pelos 4 anos, o contato com livros e gibis, por exemplo, já pode ser mais próximo. Tudo isso ajuda o processo de alfabetização a ser mais fácil e natural.
De qualquer forma, é importante observar e respeitar o tempo do seu pequeno explorador nas etapas de aprendizado.
Quais são os processos de alfabetização?
Na década de 1970, as pesquisadoras Emília Ferrero e Ana Teberosky publicaram o livro “Psicogênese da Língua Escrita”.
No estudo, elas dividiram o processo de alfabetização em etapas que são consideradas até hoje.
- Pré-silábica - Quando a criança rabisca e desenha letras, mas ainda não sabe o que elas significam (às vezes a gente nem identifica que são letras, estão mais para traços e símbolos). São as chamadas garatujas.
- Silábica - Aqui, a meninada já compreende que letra é um pedacinho de uma palavra e tenta representá-las. Um exemplo é quando a criança coloca letras aleatórias no papel e fala o que está escrito, podendo corresponder ou não ao som da palavra: EOA (escola) ou TEK (para escola também).
- Silábica-alfabética - A criança já entende que as sílabas têm mais de uma letra e que elas precisam de uma conexão. Escreve “ecola”, por exemplo.
- Alfabética - Nessa última fase, a criança já sabe traduzir os fonemas em palavras. É uma escrita alfabética, e não ortográfica, então é comum que alguns erros apareçam. Por exemplo: “fasenda”, “treis” e “amtes”.
Como iniciar os processos de alfabetização?
Caso você esteja se perguntando “mas o que ensinar primeiro na alfabetização?” a dica é começar com brincadeiras, jogos, músicas e identificação das cores, por exemplo, sempre explorando a criatividade dos pequenos.
Vale ler livros para as crianças, deixá-las brincar com eles e estimular o aprendizado com perguntas. Escutar músicas infantis com elas também é uma boa ideia e, se possível, associar palavras a imagens.
Ah, o exemplo também conta muito: uma casa com cuidadores que gostam e têm o hábito de ler é um estímulo e tanto.
Sempre que a criança perguntar o que está escrito em algum lugar, como numa placa, por exemplo, responda e deixe-a observar o objeto.
Não custa lembrar: quanto mais a criança estiver inserida em um ambiente que colabore com a alfabetização, melhor e mais rápido ela aprende.
Quais são as principais dificuldades durante a alfabetização infantil?
Existem diversos fatores associados às dificuldades durante a alfabetização.
Como o contexto socioeconômico da criança, faltas constantes na escola e lacunas no ambiente familiar que distanciam a criança da leitura.
Há também questões cognitivas, como atraso na fala, baixa consciência fonológica ou comprometimentos sensoriais.
Algumas crianças podem enfrentar transtornos de aprendizagem, como dislexia ou discalculia.
É importante lembrar que quando se fala em alfabetização, a escola é o caminho e os professores são facilitadores desse processo, mas a família é grande aliada.
Como ajudar com as dificuldades da alfabetização infantil?
Participar ativamente da rotina escolar das crianças é fundamental para enfrentar os desafios da alfabetização infantil.
Acompanhe o aprendizado em casa, mantenha diálogos com os professores e com a escola, demonstrando disposição e interesse em fazer parte desse processo.
Assim, é possível entender melhor quais são as dificuldades do seu filho, quais são os assuntos que precisam de reforço e como você pode ajudá-lo.
Conheça o Conta Pra Mim, um projeto do Ministério da Educação que
incentiva a literacia familiar e o envolvimento na alfabetização.
Vale lembrar que não se deve pressionar a criança ou compará-la com os colegas, e sim estimulá-la a aprimorar as habilidades.
Outro ponto importante é valorizar os professores, além de ensinar os filhos a reconhecer e respeitar a importância desses profissionais.
Toda parceria entre os pais e a escola é válida porque a alfabetização acontece na sala de aula, mas é no dia a dia em casa que a criança pode desenvolver aquilo que está aprendendo.
Que tal ajudá-las a aprender brincando?
10 jogos para alfabetização
Saber como alfabetizar de forma lúdica é uma ajuda e tanto para o processo de alfabetização. Algumas brincadeiras e jogos com sequências lógicas, além de apresentar as letras, estimulam o raciocínio e a concentração necessários para o processo.
Confira dez dicas de brincadeiras desse tipo:
- Jogo da memória
- Jogo da forca
- Sudoku (com números ou desenhos)
- Palavras cruzadas
- Caça-palavras
- Stop (também conhecido como adedanha ou adedonha)
- O que é, o que é?
- Anagramas
- Criptogramas
- Bingo
Adapte cada jogo ao nível de alfabetização da sua criança e divirta-se com ela!
Vocês podem confeccionar juntos esses jogos, fazendo no papel, ou procurar aplicativos e sites online.