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Ninhos do Brasil + Carochinha Editora: Ninhos do Brasil se uniu à Carochinha Editora, selecionando histórias que auxiliam nas questões enfrentadas em diferentes fases. Confira!

Crise dos 3 anos de idade: como lidar? Confira 8 dicas para essa fase

Ninhos do Brasil NB
Uma criança é carregada pelo seu pai. Os dois estão brincando e sorrindo. A imagem remete ao tema crise dos três anos

Seu filho aprendeu a falar, comer, engatinhar, andar, se tornou uma criança cheia de habilidades e repertório, e você achou que o caminho começaria a ficar tranquilo, certo? Então, ele chegou aos 2 anos e você se deparou com um novo termo: “a adolescência do bebê”. Uma fase conhecida na parentalidade como aquele momento em que a criança começa a descobrir o mundo, quer ser ouvida e entendida. E aos 3 anos, tudo passa? 

Vamos te apresentar à “crise dos 3 anos”. O que é essa crise, como lidar, como entender e como ajudar os pequenos a atravessar essa nova fase. Com muita paciência e escuta ativa, esse momento pode ser de aprendizado e evolução, tanto para criança quanto para os pais. 

Por que chamamos de “crise”?
É importante lembrar que, apesar de muitas fases da infância serem chamadas de crises, não há nada de errado com as vivências que eles passam!
A “crise” é, na verdade, parte da evolução da criança.
É quando ela conquista novas habilidades, territórios e sentimentos, cresce e precisa lidar com tudo aquilo.
Os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento, cada passo é uma nova descoberta. A criança está em constante evolução, em ritmo acelerado – e cabe a nós, como mães e pais, ter paciência para entender, guiar e buscar conhecimento para lidar com todas as crises. 

O que é a crise dos 3 anos de idade?

Ufa, depois do terrible two (os terríveis dois anos), as coisas vão acalmar de novo, certo? Pois agora chegamos à crise dos 3 anos! Antes que você saia correndo em busca de ajuda, vamos te explicar um pouco sobre a criança de 3 anos. 

Nessa idade, os pequenos já falam de forma um pouco mais clara. Assim, são eles são compreendidos não somente pelo seu núcleo familiar como também pelas pessoas ao redor. 

E aquela busca que eles tinham por seu espaço no mundo continua, mas de forma mais fácil de ser entendida e com um repertório maior!

Pode-se considerar então que a crise dos 3 anos seja um terrible two atualizado. É a mesma criança, mais desenvolvida, com maior repertório de fala, que agora sabe dialogar e argumentar (a sua maneira) e que busca a mesma coisa: se firmar no mundo.

Quais são as características da crise dos 3 anos de idade?

Aos 3 anos, é esperado que a criança consiga se comunicar um pouco melhor, com frases entre quatro e cinco palavras, pelo menos. Ela já consegue participar de conversas, cantar músicas e reproduzir histórias. 

Maior poder de argumentação

Além disso, a criança de 3 anos consegue argumentar e defender seu ponto de vista. Claro, não como um adulto em um tribunal. Mas ela já adquiriu um pouco de repertório para tentar te fazer entender que não tem problema ela sair de casa de coturno e casaco em um dia de sol.

Busca por autonomia

Nessa idade, a criança também tem maior controle do corpo, mais força, mais habilidades físicas e cognitivas. Ela já consegue comer sozinha, vestir algumas peças de roupa ou calçados, pentear os cabelos e ajudar no próprio banho. 

São situações da vida cotidiana que a criança está aprendendo a realizar sozinha, mas ainda precisa de supervisão ou do auxílio do adulto para que elas aconteçam da maneira certa. 

Assim, um dos motivos da crise de 3 anos de idade é a busca por se firmar como indivíduo e conquistar sua independência. Ou seja, ela consegue fazer, ela vai querer fazer e não vai querer auxílio ou supervisão.

“Birra”

É nesse momento que pode acontecer o que muitos chamam de birra, mas que nada mais é do que a dificuldade dos pequenos em lidarem com a frustração. 

Então, mesmo que aconteça em público e aqueles olhares julgadores ameacem te tirar do eixo, respire fundo e evoque o mantra “Perdoai e ignorai os que nunca levaram uma criança de três anos ao shopping!”

Durante a primeira infância, o cérebro da criança ainda não se desenvolveu completamente. De acordo com o Instituto NeuroSaber, “a birra infantil atua como se a parte mais primitiva do cérebro fosse acionada, mais precisamente a região inferior do órgão”. Assim, a “birra” pode ser uma forma de manifestar emoções que ainda estão confusas para a criança, como medo, insegurança e raiva. 

Ao tentar realizar uma atividade que os adultos não julgam adequada para a idade - seja por segurança ou habilidade, a criança reclama. Ao contrário dos 2 anos, no qual episódios de se jogar no chão são mais comuns, aos 3 anos vemos mais momentos de gritos, tapas ou objetos atirados ao longe. 

Lembre-se: é a parte mais primitiva do cérebro da criança que está respondendo! É nesse momento que o adulto precisa intervir, validar a frustração e ensinar o pequeno sobre como lidar com aquele sentimento. O modo como a criança atravessa a crise dos 3 anos está diretamente ligado com a forma que os adultos ao redor lidam com ela. 

Como lidar com a crise dos 3 anos de idade?

Educar não é uma tarefa fácil, sabemos bem. É preciso reunir paciência, disposição e força de vontade em meio a todo o dia a dia de trabalho e afazeres domésticos. 

Quando na correria da rotina diária seu filho de 3 anos começa uma pequena birra por uma situação que você não entende bem, como lidar? Como não piorar a situação, como ensinar ele a atravessar aquele momento? 

Respire fundo e anote algumas dicas que podem funcionar.

1) Tenha calma e se muna de informações

Pode parecer um conselho óbvio, mas antes de qualquer coisa é preciso ter calma. É importante lembrar que a criança acabou de chegar ao mundo, está acionando uma parte primitiva do cérebro e o adulto da relação é você. 

Por mais que as argumentações ou reclamações do seu filho de 3 anos pareçam sem sentido para você ou acionem algum gatilho interno, busque ter calma. Respire fundo e encontre um tom tranquilo para conversar com a criança e ajudar que ela se autorregule.

2) Abaixe à altura da criança e a olhe nos olhos

Uma das formas de a criança se sentir vista, de acordo com a psicologia, é quando o adulto abaixa à sua altura e conversa olhando em seus olhos. 

A altura do adulto pode ser intimidante e uma conversa que poderia ser tranquila pode piorar a crise dos 3 anos de idade. Por isso, lembre-se que conversar com a criança à altura dela ajuda a acalmá-la.

3) Valide seus sentimentos, mas explique o necessário

É preciso aproveitar o momento para que a criança entenda que seus sentimentos são válidos. Ela pode se frustrar, pode ficar triste, pode ficar brava. 

“Eu entendo que você está triste/frustrado/chateado por tal situação, mas…”

Explique claramente e de forma sucinta o porquê de as coisas não estarem acontecendo do jeito que ela quer. Sucinta porque muitas explicações podem deixar a criança perdida.

“Eu entendo que você está triste e gosta muito desse casaco, mas hoje está calor, e você precisa vestir uma roupa leve para brincar

4) Dê alternativas para a criança sentir sua autonomia respeitada

Dependendo do embate, você pode oferecer alternativas para a criança:

“Hoje vamos brincar no parque. Você escolhe entre essa bermuda e esse shorts? Qual camiseta você quer: a rosa ou a azul?”
“Podemos almoçar no shopping ou no restaurante da rua, qual você quer?”

Com alternativas pré-escolhidas pelos pais, a criança pode se sentir respeitada e parte da decisão final.

5) Esteja aberto ao diálogo e demonstre sentimentos

Boa parte da educação das crianças é feita com nossos exemplos. A forma como lidamos com as crises e birras dos pequenos será, muitas vezes, a maneira que elas espelharão para lidar sozinhas com esses momentos. Por isso, é importante ser um bom exemplo. Conversar, expor o que você está sentindo, abraçar, acolher.

6) Seja gentil, mas se mantenha firme

A psicóloga Nanda Perim, conhecida na internet pela página PsiMama e uma das vozes da disciplina positiva, explica bastante sobre o “firme e gentil”. É importante manter o respeito e a gentileza ao lidar com as crianças, mas também firmar a posição dos pais. O diálogo é importante e necessário, mas as regras do dia a dia precisam ser passadas de forma firme. 

Se a criança bater em você, por exemplo, é importante frisar seriamente, olhando nos olhos dela, que bater na mamãe, no papai, no irmão ou em que quer que seja, não pode. Essa regra precisa ser repetida quantas vezes forem necessárias. Mas não responda violência com mais violência.

Muito do embate entre filhos e cuidadores na crise dos 3 anos de idade acontece porque as crianças não têm noção do perigo ou de cuidados básicos e precisam da interferência dos adultos. Por isso, é preciso se manter firme ao passar a mensagem para a criança.

8) Pratique a escuta ativa

Um tópico importante é praticar a escuta ativa, para acalmar as crianças e até mesmo antecipar (e evitar) birras e crises. Algumas vezes, os momentos fora do esperado dos pequenos podem ser um pedido de atenção ou de escuta. Ouça, de verdade, preste atenção e acolha os sentimentos da criança.

Por que a crise dos 3 anos de idade acontece?

Aos 3 anos temos uma criança pequena, e, definitivamente, não mais um bebê.

Mas isso não significa que ela ganha uma imensa maturidade durante a noite que antecede seu terceiro aniversário! Então, aquele processo de busca por autonomia e independência iniciado entre 1 ano e meio e 2 anos continua aos 3.

Estudar o desenvolvimento cerebral da criança é importante para entender como ela lida com seus próprios sentimentos. As crises acontecem no embate interno da criança entre entender sua vontade e sua frustração.

“Isso significa que ela não consegue contornar os problemas e encontra na birra a forma de chamar a atenção para algo que não está agradando”, explica o Instituto NeuroSaber.

De acordo com o Instituto, entre os 2 e 3 anos, 20% das crianças apresentam birras pelo menos uma vez ao dia, e de 50% a 80% ao menos uma vez por semana. As crises podem continuar em 60% dos casos aos 3 anos. Dessas, mais da metade pode continuar apresentando esses arroubos, mas isso tende a diminuir progressivamente. Estima-se que o temperamento explosivo se estenda durante toda a infância em 5% dos casos. . 

É importante, no momento da crise, checar algumas necessidades básicas da criança. Ela dormiu bem? Fez soneca? Se alimentou? Está precisando de atenção? Precisa descansar? 

Por não saber ainda lidar e nomear sentimentos, cansaço ou fome podem ser gatilhos para frustrações e aumentar crises que seriam melhores resolvidas em momentos mais calmos.

Crise dos 3 anos de idade e terrible two: conheça a adolescência do bebê

A crise dos três anos é menos conhecida que a famosa crise dos dois, ou terrible two. Mas fazem parte do mesmo processo de amadurecimento do cérebro. O que muda é o repertório da criança para argumentar e lidar com os sentimentos. 

A boa notícia é que, quando lidamos bem com cada uma dessas crises, apresentamos ferramentas para as crianças começarem a se autorregular. Assim, a crise dos três tende a ser mais leve que a dos dois, e dos quatro, mais leve que a dos três. 

Porém, ninguém aqui está dizendo que elas deixarão de existir, viu? Somos humanos, enfim. 

É a crise dos 3 anos ou um comportamento atípico?

Se há dúvidas sobre até que ponto a “crise” está dentro do esperado, é importante conversar com o pediatra de sua confiança. Além de analisar a saúde física do pequeno nas consultas de rotina, esse profissional também acompanha o desenvolvimento psíquico e social da criança. 

Ele pode ajudar a identificar se as crises e as birras estão de acordo com sua idade ou se sinalizam alguma questão que precisa ser analisada. Alguns movimentos e reações podem indicar uma atipicidade na criança, como transtorno opositivo-desafiador ou transtorno do espectro autista. 

O autismo é um transtorno no desenvolvimento neurológico que leva a dificuldades na comunicação, interação social e comportamento da criança em determinadas situações. O TOD - transtorno opositivo-desafiador se caracteriza por um comportamento desafiador e desobediente a figuras de autoridade. 

As duas condições, assim como outras atipicidades, devem ser acompanhadas e diagnosticadas por médicos especialistas. E as crianças que fazem parte desses grupos precisam de uma atenção diferenciada dos pais, pois seus marcos e crises podem apresentar características distintas. 

Comportamento infantil aos 3 anos de idade: tem maravilhas também 💛

Mesmo com toda a crise dos 3 anos de idade, a chegada à fase de criança pequena é uma das transformações mais legais de se acompanhar! 

É quando ela conquista novas habilidades motoras e cognitivas, aprende novas brincadeiras, compartilha mais situações e se torna uma companheira presente em muitas atividades.

Com 3 anos de idade, a criança já consegue correr, pular, subir escadas e pode dar as primeiras pedaladas em triciclos, bicicletas com rodinhas ou de treinamento e similares. Ela já consegue tirar e colocar sozinha a maior parte das suas peças de roupa e tem mais autonomia para seguir com o desfralde, com mais entendimento sobre seu corpo. Consegue fazer desenhos com formas, comer sozinha e lavar as mãos.

Nessa fase, a criança entende um pouco melhor os adultos e também é melhor entendida. É um poço de imaginação: acompanha histórias em desenhos e inventa os próprios jogos e narrativas. 

A criança de 3 anos percebe melhor a causa e efeito das situações cotidianas e muitas vezes testa limites para compreender até onde elas podem acontecer. Lembre-se mais uma vez que o cérebro não está totalmente formado e essa análise feita pela criança pode ser um pouco dúbia!

Nessa fase, a criança busca muito sua autonomia e independência e precisa ser validada pelos adultos de sua confiança. Quer ajudá-la nessa evolução?

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