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Dislexia infantil: conheça sintomas e formas de tratamento

Ninhos do Brasil NB
Imagem de uma criança com dislexia olhando para uma ficha amarela com letras B maiúscula e minúscula. Em uma mão ela segura um lápis e a outra está sobre a cabeça em uma postura de dúvida.

Você já ouviu falar em dislexia? As características mais comuns são letras e palavras trocadas e dificuldades na escrita e na leitura. Apesar da confusão de letras ser natural no início da alfabetização, se ela se prolongar pode ser um sinal de alerta. 

A dislexia é um distúrbio genético que dificulta a leitura e a escrita e em consequência disso, pode afetar o aprendizado. Aqui vale antecipar: dislexia não significa falta de inteligência. 

Aliás, fontes históricas indicam que gênios como Leonardo Da Vinci, Picasso, Einstein e Darwin eram disléxicos, driblaram suas eventuais dificuldades e se tornaram referências mundiais em suas áreas de estudo e de trabalho. Escritores e diretores como Agatha Christie e Steven Spielberg também trocavam letras. 

Então, se você é pai ou mãe e desconfia que seu filho possa ter dislexia, não se assuste: com acompanhamento, carinho e brincadeiras, é possível ajudá-lo a aprender e se desenvolver bem. Nossa missão é não deixar que essa condição abale a autoestima dos nossos pequenos aventureiros.

A seguir, confira a definição de dislexia infantil, os seus sintomas e possíveis tratamentos, além de sugestões de como lidar com essa condição e os desafios que ela provoca.

Dislexia infantil: o que é?

A dislexia infantil é um distúrbio da linguagem de origem neurobiológica. Ela ocorre por conta de uma alteração hereditária nos cromossomos, o que significa que a condição é comum entre pessoas da mesma família.

O principal sintoma é a dificuldade de entender letras e palavras escritas ou outros símbolos gráficos. Isso pode afetar o processo de aprendizagem dos pequenos, sobretudo na leitura e na escrita.

A dislexia em crianças pode se manifestar em diferentes graus, de leve a intenso. Quem tem essa condição pode ter dificuldade de estabelecer a memória fonêmica, ou seja, associar as letras (forma gráfica) aos fonemas (sons das letras quando as verbalizamos).

A pessoa disléxica, adulto ou criança, pode apresentar somente alguns sintomas, com menor ou maior intensidade. Por exemplo, há pessoas que têm dificuldade de ler, mas não de escrever, e vice e versa.

Dislexia e TDAH: qual é a relação?

Muitos pais acabam confundindo dislexia com TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade). Enquanto na primeira há uma dificuldade na memorização e entendimento de atividades que envolvem letras ou números, no TDAH essa dificuldade está relacionada apenas à memorização não verbal (espacial).

Para a criança com dislexia, há dificuldade em memorizar canções ou realizar provas escritas, enquanto para a pessoa com TDAH, não. Nesse caso, a maior dificuldade seria prestar atenção no momento.

Na dislexia, é comum, por exemplo, além da troca de letras e números, confundir direita e esquerda – no TDAH isso não costuma ocorrer.

Qual a diferença entre autismo e dislexia?

É importante que os pais entendam que autismo – ou transtorno do espectro autista (TEA) – e dislexia são coisas distintas. TEA é uma condição na qual a criança desenvolve restrições, regressões e reorganizações do seu desenvolvimento, levando a déficits de interação social, distúrbios de comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos.

A criança com autismo pode desenvolver atrasos nas áreas de percepção e comunicação social e linguística que levam a transtornos sensoriais. As alterações no TEA levam a déficits de neurofuncionamento, dificuldade de processar a linguagem não verbal, de funcionamento executivo, sensoriais e perceptivas.

Já a dislexia é um subtipo de transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica que leva a déficits nos processos de decodificação. As crianças com dislexia têm dificuldade nas habilidades de leitura, escrita e ortografia, que resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem.

Dislexia infantil sintomas

Lentidão na aprendizagem, dificuldade de concentração, palavras escritas de forma estranha, dificuldade de soletrar e troca de letras com sons ou grafias parecidas são alguns dos principais sintomas de dislexia. A seguir, confira como essa condição aparece em diferentes faixas etárias.

Sintomas de dislexia na primeira Infância (até 6 anos)

  • Dispersão
  • Falta de atenção e de interesse por livros
  • Atraso da fala e linguagem e na coordenação motora
  • Dificuldade em aprender rimas e canções

Sintomas de dislexia na fase escolar (a partir dos sete anos de idade)

  • Dificuldade na aquisição e automatização da leitura e da escrita; em copiar de livros e lousa; e em ler em voz alta e compreender o que foi lido
  • Desatenção
  • Dispersão
  • Desorganização geral (dificuldade em manusear mapas, dicionários etc.)

Sintomas de dislexia no adulto

  • Demorar muito tempo para ler um livro e, ao ler, saltar os finais das palavras.
  • Dificuldade em pensar o que escrever; em fazer anotações; em seguir o que os outros dizem e com sequências; e no cálculo mental e na gestão do tempo.
  • Renitência em escrever mensagens, por exemplo.
  • Dificuldade em compreender adequadamente o sentido de um texto e necessidade de reler várias vezes o mesmo texto para o compreendê-lo.
  • Dificuldade na escrita, com erros de trocas de letras e esquecimento ou confusão em relação à pontuação e gramática.
  • Confundir instruções ou números de telefone, por exemplo.
  • Dificuldade no planejamento, organização e manejo do tempo ou tarefas.

Como acontece o diagnóstico de dislexia infantil?

Os pais devem ter em mente que o diagnóstico e o tratamento da dislexia exigem a participação de equipe multidisciplinar, com profissionais como pedagogo, fonoaudiólogo e psicólogo. Para confirmar que a criança tem dislexia, é preciso realizar testes específicos que devem ser respondidos por pais, professores e pessoas próximas da criança.

A extensão das dificuldades pode ser avaliada por meio de testes de audição e visão e provas de fluência verbal e desempenho cognitivo. Vale destacar que, quanto mais precoce for o diagnóstico, mais eficiente será o tratamento e a forma como a criança lidará com eventuais dificuldades na escola.

Tipos de dislexia infantil

Os tipos mais comuns de dislexia são visual, auditiva e mista. Na primeira, as crianças apresentam dificuldades em diferenciar os lados direito e esquerdo e apresentam erros na leitura devido à má visualização das palavras.

A dislexia auditiva ocorre devido à carência de percepção dos sons, o que também acarreta dificuldades com a fala. Já a mista é a união de dois ou mais tipos de dislexia – nesse sentido, quem tem a condição poderá ter, por exemplo, dificuldades visuais e auditivas ao mesmo tempo.

A forma como os tipos de dislexia acontecem varia de pessoa para pessoa, inclusive em intensidade. 

Quais são as causas da dislexia infantil?

As causas de dislexia estão relacionadas com fatores genéticos, desenvolvimento tardio do sistema nervoso central, problemas nas estruturas do cérebro e comunicação pouco eficaz entre alguns neurônios.

Por se tratar de um distúrbio genético, não há como prevenir a dislexia. O que se deve fazer é buscar ajuda dos profissionais certos, como fonoaudiólogos e pedagogos, assim que a criança receber o diagnóstico. Assim, as possíveis dificuldades de aprendizado que ela venha a ter já serão tratadas à medida em que aparecerem. 

Teste de dislexia infantil

Muitos fatores são avaliados para diagnosticar a dislexia. Testes são usados para determinar o nível funcional de leitura da criança, comparado ao seu potencial de leitura, avaliado por um teste de inteligência. 

Todos os aspectos do processo de leitura são examinados para identificar onde está a falha. Os testes de dislexia avaliam como a criança recebe e processa as informações e o que faz com elas. 

Eles determinam se uma criança aprende melhor por informações auditivas, visuais ou cinestésicas. Os testes de dislexia avaliam como todos esses sistemas sensoriais funcionam em conjunto. Muitos usam um tipo de jogo ou têm o formato de quebra-cabeça, o que ajuda a criança a se sentir mais confortável durante as avaliações. 

Quais são os tratamentos para dislexia infantil?

O tratamento para a dislexia em crianças é feito em parceria com diferentes profissionais e o com o apoio da família. Ele consiste em um trabalho multidisciplinar específico para as dificuldades apresentadas, desenvolvendo as habilidades que a criança precisa ter para seguir sua trilha de aprendizado escolar.

É interessante que haja uma adaptação das atividades escolares e métodos de ensino, o que pode diminuir o grau dos sintomas da dislexia. Dois métodos de alfabetização em particular podem ser utilizados no tratamento da dislexia: o fônico e o multissensorial.

O fônico é indicado para crianças mais jovens e preferencialmente deve ser introduzido logo no início da alfabetização, enquanto o multissensorial é indicado para crianças que já passaram por tentativas de alfabetização e tiveram dificuldades.

É importante entender que a dislexia não é uma doença e sim uma condição que pode demandar adaptações e acompanhamento ao longo da vida.

Na fase de alfabetização, o trabalho conjunto de familiares e profissionais como fonoaudiólogo, psicólogo e professores é muito importante para que a condição não afete a autoestima da criança. É também fundamental que a escola atue nesse sentido, a fim de evitar casos de bullying

6 jogos e atividades para dislexia infantil

Os jogos podem ser ótimas ferramentas para ajudar as crianças com dislexia nos desafios da aprendizagem. Muitas atividades interessantes podem ser encontradas em aplicativos para celulares ou tablets – brincadeiras por meio do improviso também são ótimas aliadas. Esses jogos e atividades são importantes para ajudar os pais a identificar a dislexia quando ainda não há o diagnóstico e para estimular a criança de um jeito lúdico.

A seguir, confira 6 jogos e atividades que auxiliam o tratamento da dislexia infantil.

1 - Forca

Jogo clássico, a forca é uma ótima atividade para orientar a escrita correta e a construção das palavras para as crianças com dislexia. Ela estimula os pequenos a descobrir a letra adequada para ser encaixada na palavra.

2 - Rimas

Um estímulo ao improviso, brincar de rimar é uma atividade que pode ser feita a qualquer momento e em qualquer lugar, sem demandar nenhuma ferramenta específica.

Crianças a partir dos 6 anos já têm capacidade de identificar rimas. Os pais podem, por exemplo, começar a cantar algumas músicas conhecidas e deixar que a criança as complete.

3 - Pintura

 A pintura permite que as crianças trabalhem melhor a concentração, um dos pontos que podem ser comprometidos quando se tem dislexia. Canetinhas, lápis de cor ou uma lousa com muito giz vão estimular os pequenos.

4 - Jogo da memória

Outra atividade tradicional, o jogo da memória também ajuda a trabalhar a concentração, formas e palavras, auxiliando o desenvolvimento de qualquer criança, sobretudo as com dislexia. Fora que se trata de uma brincadeira perfeita para reunir os amigos e a família.

5 - Caça-palavras

O caça-palavras – ou sopa de letras – é um ótimo jogo lúdico para as crianças com dislexia. Ele estimula o reconhecimento das letras, sílabas e, obviamente, palavras.

Consiste em letras arranjadas aparentemente aleatórias em uma grade quadrada ou retangular. O objetivo do jogo é encontrar e circular as palavras escondidas na grade.

6 - Aplicativo Edupaint

Trata-se de um aplicativo que apresenta um livro de colorir em formato digital focado em melhorar a dislexia de leitura. A ferramenta conta com atividades cognitivas que têm como princípio estimular a criança a associar números, letras maiúsculas, minúsculas e a colocar letras em ordem alfabética. 

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